Análise: vestir a camisa 10 da Ponte Preta é ficar responsável pela conexão com a arquibancada. Quem vai encarar a missão?

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A Ponte Preta faz mistério sobre as contratações. Já trouxe três. Precisa de mais. Muito mais. Direto e reto: necessita de um símbolo no gramado. Um condutor, agregador, alguém que comande as ações. Sim, falo do camisa 10, esta figura mística eternizada no futebol e que na Alvinegra ganha uma importância relevante.

Não falo apenas da parte técnica. Essa muitos nutrem em seus pés. Falo de algo mais subjetivo e  essencial. Jogadores com capacidade de estabelecer uma conexão com as arquibancadas de certa forma conduzir o time no gramado. Fazer com que o espirito clamado pelo torcedor da Ponte Preta apareça por 90 minutos.

Dicá dispensa apresentações. Um homem que perdeu apenas três dérbis e foi o principal jogador no principal jogo da história da Macaca – 2 a 1 sobre o Corinthians, com Morumbi lotado na decisão do Paulistão- resume todo o conceito.

Como esquecer a técnica e a categoria de Ernani na campanha de acesso em 1989? Ou a valentia e a determinação de Piá no início deste século? Atletas com estilos diferentes e até opostos, mas que conseguiam galvanizar o espirito pontepretano. Que Adrianinho sabe fazer como poucos.

Os eternos retornos de Renato Cajá ocorreram em parte por este motivo. O torcedor e os dirigentes esperavam que a qualquer momento ele exercesse a técnica, a habilidade e o posicionamento das campanhas de acesso de 2011 e 2014. Quando o Ponte Preta se sentia representado por ele.

Dizem que está difícil liberá-lo do Juventude. A aposta está sobre João Paulo, que atuou pelo Avaí neste ano e fez bom campeonato pelo Atletico-GO em 2018. Seja ele ou qualquer outro que tenha em mente o básico: ele precisa ser mais do que um jogador com calção e chuteira e sim um espelho do espirito de quem estiver sentado na arquibancada. Sem isso, nada feito.

(Elias Aredes Junior)