O mundo dá lições de profissionalismo. Quando a Ponte Preta vai aprender? Por André Gonçalves

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Entra ano e sai ano só ouvimos lamentações por parte da diretoria executiva e de profissionais que trabalham no futebol da Ponte Preta. Falta de dinheiro aqui. Infraestrutura defasada ali. Críticas demasiadas acolá…

Sempre nos deparamos com isso nas entrevistas coletivas e comunicados que expressam os que comandam o futebol.

Pergunto ao torcedor que acompanha o futebol. Quem é Leicester em âmbito nacional na Inglaterra? A Premier League é a liga mais cara do mundo. Todos têm salários astronômicos. Mas o Leicester está firme e forte.

Até a temporada 2015-2016 o clube era um desconhecido que permeava entre as divisões inferiores e por vezes, aparecia na primeirona.

Há 3 anos o Leicester chocou o mundo conquistando a Premier Leagu e dois anos após conquistar o acesso da segundona.

Esse ano, mais uma vez, estão dando trabalho para o “Big Six” – expressão que os ingleses usam para os 6 times mais ricos. Estão em segundo lugar num campeonato movido pelas contratações mais caras do futebol moderno e salários igualmente acima dos padrões mundiais.

Na Itália a modesta Atalanta, ano passado, também surpreendeu os medalhões e terminou em terceiro lugar.

Com futebol corajoso e fora dos padrões da terra da bota, o clube de Bérgamo está disputando a Uefa Champions League e está fazendo bonito. Acabou de se classificar para a próxima fase do torneio continental mais difícil do mundo.

Apesar disso, não largou o campeonato nacional para priorizar o continental e está fazendo um bom papel também esse ano na Série A.

O que isso tem a ver com a Ponte? Tudo e nada!

Tem tudo a ver pois os dois times usado como exemplo tem expressão nacional igual ou inferior ao que a Macaca tem no cenário nacional brasileiro.

E nada porque lá (nos dois casos) existe profissionalismo e visão de futuro em prol do clube e não para os indivíduos que o comandam.

No futebol há necessidade de conhecimento profundo para poder fazer coisas diferentes e fugir das mesmices. Não é só dinheiro que manda. Por isso, as desculpas esfarrapadas precisam cessar e o trabalho precisa aparecer para o bem da A. A. Ponte Preta.

Quando que a Macaca vai aprender essa lição?

(texto de autoria de André Gonçalves-Especial para o Só Dérbi)

9 Comentários

  1. Olá André,
    Sim com certeza falta profissionalismo para Ponte Preta.
    Mas importante considerar que o sistema de cotas no futebol inglês ajuda muito a nivelar o campeonato.
    50 % é dividido igualmente entre os clubes, ou seja, os 20 clubes da Premier League receberão, cada um, £128.4 milhões;
    25% é dividido de acordo com a classificação das equipes na temporada anterior;
    25% é dividido de acordo com o número de partidas transmitidas.o deveria ser a divisão das cotas.
    Abraços

  2. Por vezes, não concordo com as críticas em demasia que são feitas pelo autor.
    Mas, não me atrevo a discordar de alguém que acompanha o futebol desde quando eu era um girino.
    Mas sinto o dever de acrescentar que os erros (e todo amadorismo que orbita no Moisés Lucarelli) são os mesmos que vemos em 90% dos clubes que são do mesmo patamar que a Ponte.
    Então, penso que, trata-se de um problema de ordem Sócio- econômico e cultural do nosso futebol.
    Não temos um craque nos bastidores que vão arrumar a casa e nos colocar em outro patamar. E nem temos condições de contratar craques para funções administrativas.
    E diga-se de passagem, esse não é um problema exclusivo da Ponte.
    Estamos à mercê de um alinhamento dos astros (assim como já ocorreu em diversos clubes médios) para alcançar a glória. Infelizmente, essa é minha conclusão.

  3. A Ponte só vai aprender a Valorizar o Time,qdo Respeitar e Tiver Vergonha e Honrar a Camisa que Veste,porque até então Não dá Valor nenhum Nem ao Time muito menos aos Torcedores!!!

  4. O referido clube e administrado agora pelo filho.de um magnata chinês.ja que o pai faleceu em um acidente, ele coloca verbas milionárias no clube.a analogia com a situação da Ponte e no mínimo estapafúrdia
    São regras diferentes.onde la há um dono .diga se passagem milionário, e nos que vivemos de cotas ridículas e empresas sem recursos até patrocínio em time grande

  5. Apenas um nota de esclarecimento, em ambos casos são clube empresas. Será que a AAPP e a comunidade pontepretana estão preparadas para algo desta magnitude? Cabe aqui a reflexão. Meu ponto de vista é evoluir ou morrer, os exemplos vêm aos montes no futebol brasileiro.

  6. Os dirigentes atuais deveriam abolir o escudo da Ponte na camisa enquanto não colocar a agremiação em um patamar digno de uma equipe centenária como a MACACA. O que se tem feito é uma vergonha, tantas asneiras que mesmo sendo sócio torcedor não vou ao campo em respeito aos bons planteis que já passaram e eu vi jogar pela Ponte. O que temos hoje é um arremedo do passado, isso não é Ponte Preta, isso é a vergonha, ou os mandatários trabalham sério agora mesmo que atrasados ou fechem as portas, pois se continuarem com essa mesmice logo seremos menores que Ituano, Oeste, Ferroviária, São Bento, e por aí vai. Deus salve a Nega Véia.

  7. Agradeço seu comentário Vito.
    O valor empregado no Leicester é quase nada ao comparado ao poder econômico que tem as equipes de Manchester, Liverpool, Chelsea…
    A comparação e semelhança não se diz respeito ao dinheiro mas o que se faz com o que se tem. Eles empregam muito melhor do que nós.

  8. Agradeço seu comentário Cabeça.
    Sem dúvidas as cotas em certa parte igualitárias faz grande diferença. Mas o que adiantaria nesse nosso cenário receber uma boa grana sem saber aplicar. Veja as equipes da capital (São Paulo). Quase todas em dificuldade pois não sabem administrar a grana que tem. O problema é estrutural.
    Se não sabe administrar no pouco, quiça no muito.
    Abraço

  9. Obrigado pelo comentário Chico,
    Não tenha receio de discordar. As conversas e ideias saem do dialogo e do controverso… faz parte.
    Você tocou num ponto importante, no meu entendimento sobre o assunto. 90% dos clubes tem problemas.

    Imagina se fossemos gigantes, com 50 milhões de torcedores… o que adiantaria sendo mal administrado? A divida seria na casa do R$ 300-400 milhões…

    Saber administrar no “pouco” é a garantia de um crescimento sustentável.
    Abraço