Conheça os partidos políticos presentes na República dos Puxa-Sacos da Ponte Preta

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Em tempos de vilania e antagonismo da política em nosso dia a dia, qualquer atividade de entretenimento serve como válvula de escape. Quem acompanha um time de futebol considera o espaço perfeito para fugir das agruras de Brasília. Pena o desconhecimento das pessoas sobre o ato de fazer política. Você faz em qualquer lugar. E de forma que por vezes nem percebe.

Semana passada este jornalista descreveu as características gerais da República dos Puxa Sacos no futebol campineiro. Gente que se recusa a ver os problemas e defeitos do seu time e abraça a bajulação como norma.

Assim como em qualquer país, a RPS tem um “sistema político” próprio. A Ponte Preta terá eleições no final do ano e conselheiros e torcedores sequer imaginam que as facções estão divididas muito além de situação e oposição. É o que vamos transmitir neste artigo. Se possível, com bom humor. Tem curiosidade de saber os partidos? Aqui estão eles:

Partido do Sérgio Carnielli (PSC): Esse tem um líder incontestável elevado ao status de Deus. Como tirou o clube da pré-falência ganhou um passaporte infinito para não ser contestado em decisão. Seus correligionários gostam de chama-lo pela nomenclatura de presidente de honra e esquecem possíveis pecados, como a recusa em repatriar Jorginho em oportunidades anteriores. Gostam de Gilson Kleina porque ele gosta dele. E fim de Papo.

Partido da Diretoria Executiva (PDE): Parece algo acoplado ao PSC. Não é. Cometem erros de maneira rotineira e tem uma desculpa na ponta da língua para justificar. Gostam de estarem presentes na apresentação dos técnicos contratados, mas desaparecem na primeira dificuldade do profissional. Neste instante, é hora de convocar o assessor número 01 do partido, o gerente de futebol. Que ele receba as críticas no lugar dos militantes do PDE. Afinal, ele é pago para isso.

Partido do Vanderlei Pereira (PVP): Uma característica salta aos olhos: entende tudo de númerose finanças. Gosta de superávits e balanços financeiros redondos. Seus filiados de preferência devem possuir diploma da Fundação Getúlio Vargas ou da PUC-RJ, de viés mais monetarista. O desenvolvimentismo da Unicamp não é bem vindo. Vai que cresce demais além do previsto…

Partido da Oposição Confusa (POC): Ela quer o poder. Almeja alcançar o posto máximo. Só não consegue definir um líder claro. E uma ideia que apaixone o eleitorado. Já foi liderado por André Carelli. Também por Marco Antonio Eberlim. Agora as esperanças estão depositadas em Márcio Della Volpe e Miguel Di Ciurcio. Também já foi Lauro Moraes. Existe um problema: o Plano de Governo não diz de onde retirar dinheiro para pagar o presidente do PSC. Ou como vai comandar o futebol e disputar e ganhar um título. Enquanto isso, a coligação PSC-PDE-POC reina absoluto.

Partido do Alienado Pontepretano (PAP): É um partido pequeno, mas com uma militância barulhenta. Sua atuação não está nas arquibancadas ou na frente do Centro de Treinamento para engordar protestos. Sua trincheira de luta está no Facebook. Qualquer contratação da diretoria é elogiada e todo resultado negativo no campo é relativizado. Perder o título paulista? Não tem jeito, o Corinthians é gigante. Foi rebaixado em 2013? Não foi culpa da diretoria, não tinha o que fazer ao se buscar o título da Sul-Americana.  Não foi para Libertadores deste ano? Sem problema, o Atlético Paranaense é melhor. A Ponte Preta joga de camisa azul ou toda preta? Não tem problema. O que importa é ficar na moda. E dane-se o estatuto.

Associação da Imprensa Combatida (AIC): Encara uma luta de Davi contra Golias. Seus integrantes não podem tecer nenhuma crítica que, ato contínuo, os outros cinco partidos levantam-se e bradam xingamentos e insultos de defesa. Quando as previsões ou análises da AIC são confirmadas pela bola rolando, a saída é fingir que nada aconteceu e seguir o rumo.

Afinal de contas, assim como em Brasília, o que importa é sustentar o funcionamento da República. De preferência, com muitos puxa-sacos.

(análise feita por Elias Aredes Junior)