Especial: Administração de Vanderlei Pereira no futebol gerou R$ 13,9 milhões de ações trabalhistas contra a Ponte Preta

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Presidente da Ponte Preta de 2015 a 2017, o empresário Vanderlei Pereira sempre foi defendido por seus aliados por ser um administrador nato. Mas as esferas judiciárias trabalhistas insistem em trabalhar para que essa imagem seja abalada. Um levantamento obtido pelo Só Dérbi contabiliza 17 processos trabalhistas originários da gestão  do ex-dirigente. O total da divida originária de sua administração é de pelo menos R$ R$ 13.949.442,08. O valor é quase equivalente ao que a Macaca receberá neste ano para atuar no Paulistão e na Série B, o que totalizaria aproximadamente R$ 14 milhões.

Mas em alguns casos a Macaca venceu em primeira instância, como no caso do atacante boliviano Luis Ali o que extinguiu um processo no valor de R$ R$ 1.549.589,81.

Na esfera cível, o maior montante devido é com o empresário farmacêutico Marcus Vinicius Sanchez, no valor de R$ 2,4 milhões.

Nos relatos obtidos pela reportagem alguns detalhem ficam em destaque. O primeiro é que vários processos registram ausência de pagamento no período que compreende entre outubro e dezembro de 2017, ano em que o clube teve a sua disposição um orçamento de R$ 69,9 milhões, o maior do clube em sua história. No final do Brasileirão daquele ano, a Ponte Preta foi rebaixada.

Um exemplo de reclamação trabalhista é do volante Naldo, que atuou em 2017. De acordo com a ação assinada pelos advogados Filipe e Thiago Rino, o atleta tinha um salário mensal de R$ 60 mil e registrou atrasos na reta final da Série B. “(…)O Reclamante recebeu os salários e Direito de Imagem de Janeiro à Setembro corretamente, porém com certo atraso. Não recebeu sua remuneração (Salário e Imagem) dos meses de Outubro e Novembro. No início de Dezembro de 2017 a Reclamada foi rebaixada à Série B do Campeonato Brasileiro de Futebol. Em 31/12/2017 encerrou-se sem o pagamento das verbas rescisórias (salários, direito de imagem, férias e 13º salário). Assim, não restou alternativa, senão socorrer-se a esta justiça especializada”, afirmou o texto escrito pelos advogados e encaminhado a Justiça Trabalhista. O jogador pede o valor total de R$ 383.360.

Outro jogador que atuou em 2017 foi o volante João Lucas e que pede o valor de R$ 652 mil.

De acordo com as ações, também assinados por Filipe e Thiago Rino, o atleta, também foi vitima das turbulências administrativas que acometem o estádio Moisés Lucarelli. “Recebeu corretamente sua remuneração dos meses de Abril (dias trabalhados), Maio e Junho. No mês de Julho de 2017, sem nenhum justo motivo, a Reclamada informou que o Reclamante e outros 5 atletas (o zagueiro Fábio Ferreira, o lateral-esquerdo Artur, os meias João Guima e Xuxa e o atacante Negueba) seriam “afastados” do elenco profissional, passando a treinar em horário distinto dos demais atletas”, descreve a petição anexada no processo.

O texto assinado pelos advogados ainda relata os bastidores das negociações da saída do volante João Lucas. “(…) Além de afasta-lo das atividades com o elenco profissional, a Reclamada passou a reter a remuneração integral, informando que somente lhe pagaria quando assinasse a rescisão, e “conseguisse” novo clube.

Importante ressaltar que todo elenco da Reclamada esta com salários em dia, sem atrasos. Somente os atletas que estava “afastados” tiveram suas remunerações retidas.

O Reclamante encontrava-se afastado, sem receber salários, e com a informação de que deveria procurar novo clube. No final de Agosto a Reclamada informou novamente que, se quisesse receber salário, deveria rescindir seu contrato e aceitar assinar contrato com o Figueirense FC, clube que disputava a Série B.

A Reclamada informou que, se aceitasse a rescisão, receberia o salário de Junho, dias trabalhados de Agosto, 13º salário e férias proporcionais e indenização pela rescisão antecipada (muito a menos que o Reclamante teria direito como veremos em tópico próprio) em menos de 10 dias(…)”.

Algumas dividas já começam a ser quitadas. O volante Wendel, que jogou na Macaca durante a administração de Vanderlei Pereira e promoveu um acordo para receber um total de R$ 174 mil para receber no período de fevereiro a dezembro deste ano. Já foi feita uma entrada para quitar parte do valor.

O ex-presidente Vanderlei Pereira foi procurado para responder a essa resportagem mas ele não foi encontrado. Assim que a resposta dele for enviada, um novo post será feito.

(Texto e Reportagem: Elias Aredes Junior)

CONFIRA OS PROCESSOS TRABALHISTAS  GERADOS NA ADMINISTRAÇÃO  E OS SEUS VALORES

1- Naldo (volante) – R$ 383.360

2-João Vitor- (volante) R$ 3.841.288,55

3-Jadson (volante)- R$ 308.746

4-Wendel (volante) – R$ 174.000. Entrada e acordo para receber o restante de fevereiro a dezembro deste ano

5-Alexandre Gallo (técnico) – R$ 100.000

6-João Lucas – R$ 652.039,75

7-Fábio Ferreira- R$ 1209.945,95

8-Rodrigo da Costa- R$ 2.133.403,31

9-Cassio Luis Rissardo (Xuxa-Armador)- R$ 145.680

10-Aranha (goleiro) – R$ 1.900.000

11- Luis Goulart (preparador físico)- R$ 67.575

12-Nino Paraíba – R$ 507.410,65

13- Renato Cajá (armador)- R$ 510.120

14-Borges (atacante): R$ 200.000 (acordo firmado)

15- Fernando Bob – R$ 1.140.332,07

16-Fernandinho (volante): R$ 468.550

17- Elton Junior Melo Ataíde: R$ 206.990,80

Total: R$ 13.949.442,08

2 Comentários

  1. Pior dirigente da Ponte, fantoche do SC, que deveria assumir essa bronca, visto que deu aval para esse incompetente ser presidente da macaca.