Fernando Bob, Renato Cajá e o fato: o tempo não passa na Ponte Preta

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Renato Cajá e Fernando Bob estão acima dos 30 anos. Seus nomes voltaram ao noticiário da Ponte Preta. Tudo embrionário, no começo, mas há perspectiva de retorno. Para a diretoria executiva seria uma oportunidade de renegociar duas ações trabalhistas em que seria obrigada a gastar milhões de reais, produto escasso no Majestoso. A torcida teria dois nomes conhecidos, identificados com o clube e que poderiam acrescentar tecnicamente ao elenco do técnico Jorginho. Tudo certo? Nem tanto.

O burburinho gerado revela um clube preso no tempo. Que não avança. Não recicla seus ídolos. Não apresenta novidades. Não entende que o tempo passa para todos. O Renato Cajá na memória de todos é especialmente aquele que exibiu um futebol de excelência em 2008, 2011 e 2014 e 2015. Sua ultima passagem esteve longe de agradar. Aspecto físico pesa. Muito. Será que teria utilidade neste futebol maluco, transloucado, focado em intensidade e que estamos vivendo em pleno Século 21? Tenho dúvidas.

Fernando Bob talvez seja um caso diferente. Tem bom passe e resolveria um problema crônico da alvinegra, a incapacidade de iniciar com qualidade o ataque a partir do campo defensivo. Agora, pense e raciocine que nos intervalos de ausência de Bob, a Macaca não foi capaz de revelar um só volante com o mínimo de técnica e qualidade e que fizesse o torcedor esquecer sua elegância. Ou descobrir alguém como um dia teve a sagacidade de encontrar Elias no Juventus.

Juro, não quero ser pessimista. Só realista. Se a Macaca tivesse uma rede de olheiros eficiente por todo o país, certamente encontraria atletas que pudessem fazer com que o torcedor tivesse uma postura diferente. Gratidão e agradecimento a Cajá e Fernando Bob, mas nunca seriam depositários de esperança de dias melhores quando verificamos que o futebol mudou.

Independente do desfecho de uma possível negociação com os dois atletas, algo é inegável: a Ponte Preta precisa fazer a roda do tempo girar. Não dá mais para viver de passado reciclado. O futuro clama pela presença da Macaca. De corpo inteiro.

(Elias Aredes Junior)