Quando o atual grupo político chegou ao Brinco de Ouro, a partir das eleições de 2011, em que foi derrotado por Leonel Martins de Oliveira, o discurso uníssono era de que o Guarani precisava de uma parceria para sobreviver e construir um novo tempo. Roberto Graziano foi apresentado sempre como a solução de todos os problemas.
O acordo foi fechado na Justiça Trabalhista, dívidas foram pagas e hoje uma guerra interna é travada para forçar a conclusão do novo estádio, Centro de Treinamento e sede social. No meio desta cronologia, um detalhe importante foi desprezado: a proposta feita por parte da construtora PDG. Uma oferta que foi levado ao torcedor bugrino, conselheiros e sócios, mas cujo os detalhes nunca foram esmiuçados.
A reportagem neste Só Dérbi teve acesso a minuta da proposta de contrato da PDG e que foi desprezado pelo Guarani, que traz algumas diferenças relevantes ao atual acordo feito com a Magnum e que atualmente podem fazer o torcedor bugrino refletir se o melhor negócio foi feito em prol da instituição.
O documento tem 14 páginas é encabeçado pelo Guarani e pela construtora com sede no Rio de Janeiro. O contrato chama atenção pela riqueza de detalhes de como o processo seria executado. Para começar ao contrário do que acontece nos dias atuais, o terreno da construção do novo estádio já estaria definido. Seria uma propriedade rural cadastrada no INCRA e com tamanho de 118 mil metros quadrados e de propriedade de um consórcio de empreiteiras. Tanto o CT como a sede social também teriam espaço já definido. O contrato define que todas as obras, desde o cronograma até o financiamento ficariam sob a responsabilidade da PDG, que assim que tivesse a escritura definitiva do Brinco de Ouro deveria apresentar garantias reais para a construção do novo estádio.
É na construção da parte financeira que as diferenças ficam mais evidentes. No contrato com Roberto Graziano, além do pagamento das dividas trabalhistas, está em vigor um patrocínio mensal de R$ 350 mil em 100 parcelas e o VGV de 14% (Valor Geral de Venda) cujo valor não foi definido.
Na proposta da PDG toda a proposta seria fixa e seria definida em três partes. O valor de R$ 150 milhões seria destinado para a construção do novo estádio enquanto que R$ 15 milhões ficariam para a construção do novo Centro de Treinamento. Como comparação, o novo Centro de Treinamento do Mirassol, inaugurado em outubro de 2018, custou R$ 6 milhões e conta com quatro campos e espaço para fisioterapia, imprensa, vestiários, academia, cozinha, refeitório e rouparia. Outros R$ 15 milhões seriam destinados a construção da nova Sede Social e R$ 220 milhões seriam destinados apenas ao pagamento das dividas trabalhistas, fiscais e cíveis. No acordo feito com Roberto Graziano, apenas as dividas trabalhistas foram pagas. Além disso, outros R$ 20 milhões seriam pagos ao Guarani em 36 parcelas mensais.
Mas o Guarani ganharia com a PDG até na negociação das dividas. Explica-se: de acordo com a cláusula 4.3.2 do contrato “caso o montante total das dividas do Guarani apurados na sua quitação seja inferior ao valor estipulado no item 4.3(i), supra, o Guarani fará jus ao recebimento de 80% (oitenta por cento) da diferença apurada, sendo que tal valor será acrescido a percela referida no item 4.3 (ii) acima, e será pago após a comprovação de quitação de todos os débitos apontados. Os 20% (vinte por cento) remanescentes da diferença apurada serão revertidos em favor da PDG, mediante abatimento do preço total do negócio”. Traduzindo: se uma divida, ao invés de ser paga pelo valor de R$ 1 mil ficar em R$ 600, o Guarani ficará com 80% da diferença apurada (R$ 400). O Alviverde por esse negócio teria cinco meses para concluir a negociação das dividas. Todos esses pontos do contratos seriam válidos caso ocorresse aprovação da Prefeitura, órgãos ambientes e da Assembleia de Sócios do Guarani.
Integrante do grupo político que teve Horley Senna como primeiro presidente, Palmeron Mendes Filho, em declaração ao Só Derbi defende a validade do acordo com a Magnum em detrimento das facilidades oferecidas pela PDG. “A única que colocava dinheiro era a (proposta) da Magnum. Todas as outras condicionavam a chegada de dinheiro a aprovação na prefeitura. Se pudéssemos esperar não precisaríamos vender. O Roberto (Graziano) já colocou R$ 80 milhões sem ter o projeto aprovado na prefeitura. Se ele não tivesse colocado este dinheiro as dividas trabalhistas teriam consumido todo o nosso patrimônio”, arrematou.
(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)
Só quer jogar gasolina na fogueira né?
Pq não trouxe tal documento antes??
Só trouxe agora que o Graziano começou a andar com o projeto??
Vai falar doma tal arena do outro time da cidade
Que já tem tdo aprovado r não anda.
Tem horas que sua “imparcialidade” não é tão imparcial viu