Folha Salarial do futebol profissional da Ponte Preta perde um pouco do poder aquisitivo em relação aos acessos de 2011 e 2014. Terá competência para gastar direito e conseguir o acesso??

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Levantamento da reportagem do Só Dérbi  comprova que em termos de orçamento para pagamento de salários no departamento de futebol profissional o futuro ainda não chegou na Ponte Preta. Pelo menos para a Série B do Brasileirão.

Basta dizer que a folha gasta mensalmente para conseguir o acesso em 2011, de aproximadamente R$ 600 mil é o mesmo valor gasto pela Macaca na ultima edição do Campeonato Paulista.

De acordo com o aplicativo do Banco Central, utilizado para atualização de valores, caso a Macaca quisesse possuir o mesmo poder aquisitivo da campanha da Série B de 2011, a folha salarial do futebol profissional deveria ser de R$ 1.023.672,12, em valores atualizados. O valor é referente ao que é pago para comissão técnica e jogadores. A quantia fica próxima daquilo que pretende gastar a Ponte Preta na atual edição Série B.

O reajuste seria de 70,61%. O índice utilizado é do INPC, índice utilizado pela maioria dos salários no Brasil e de responsabilidade do IBGE.

Três anos depois, a Macaca subiria a divisão de elite com uma folha salarial para o futebol de R$ 850 mil mensais. Em valores atuais, se a Macaca quisesse repetir a campanha, a cifra  é de R$ 1.219.095,42. O reajuste é  de 43,42%. Nos dois acessos, o presidente do clube e comandante do futebol era Márcio Della Volpe.

Na campanha da Série B de  2011, o presidente em boa parte da competição foi Sérgio Carnielli, mas o seu afastamento pela justiça na ocasião abriu espaço para a ascensão de Della Volpe.

No ano passado, a folha salarial foi de R$ 1,1 milhão, o que se aproximava do poder aquisitivo dos dois acessos conquistados. Sinal de que dinheiro não foi obstáculo. Faltou competência.

Infelizmente, a realidade atual é diferente. Não há sinal de que o investimento seja robusto, especialmente pela contenção de despesas admitida pelo próprio presidente Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho.

Na ultima coletiva, o dirigente disse: “O que estamos buscando fazer desde que assumimos a Ponte é tratar de forma transparente, para que quem assumir no futuro receba o clube em condições melhores do que a gente quando assumiu. Esse esforço passa por venda de ativos e liquidação de dívidas. Nosso diretor financeiro tem trabalho incansavelmente para criar um ambiente que dê estabilidade administrativa e financeira. Não tivemos problemas nesse primeiro semestre. Segundo semestre é de maiores dificuldades, é natural que isso aconteça. Nosso planejamento está sendo seguido rigorosamente para que a gente não sofra interferência extracampo para impactar desempenho dos nossos atletas. Tivemos uma resposta boa dos atletas e da comissão técnica. Vários atletas que estão tratando com a gente questão financeira estão colocando pés no chão. Por isso que estamos conseguindo definir comissão técnica e reforços”.

Sinal de que aumento de poder aquisitivo está longe do horizonte.

(Elias Aredes Junior)