Goleiro Felipe na Ponte Preta. Por que não?

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No pacotão de reforços da Ponte Preta revelado pelo meu companheiro Paulo do Valle, os nomes de Kadu, Roger e Renato Cajá, apesar da resistência inicial, receberam aprovação de boa parte da torcida. O debate aparece quando surge o nome do goleiro Felipe, que aos 32 anos disputa a Série A-2 do Paulistão pelo Bragantino.

Com carreira vitoriosa e passagens por Corinthians (em que disputou 193 jogos) e Flamengo, com 123 participações, o arqueiro seria uma aposta da diretoria para atenuar o sentimento de orfandade que invadiu o torcedor após a saída de Marcelo Lomba para o Bahia.

A especulação recebeu rechaço vigoroso de vários grupos e por motivos distintos. Uns consideram a aposta arriscada porque o atleta há muito tempo não atua em alto nível e mesmo no “Massa Bruta” não agrada totalmente. Em contrapartida, a sua chegada atrapalharia o desenvolvimento de João Carlos, com boas partidas no Paulistão, e do menino César,  contratado junto ao Flamengo. Sem contar o seu histórico de indisciplina, o que traria dores de cabeça inesperadas aos dirigentes pontepretanos.

Todos os argumentos são válidos e devem ser analisados com carinho. Mas não podemos esquecer de alguns dados a serem pesados na balança da bola. O primeiro é que as boas atuações do goleiro João Carlos devem ser um pouco relativizadas pelo fato de serem no Campeonato Paulista, com nível técnico bem inferior ao Brasileirão. Ou alguém acha que o Brasileirão terá equipes do nível técnico do Água Santa ou do Capivariano? Esqueça.

Seria loucura  estabelecer como critério uma equipe cheia de apostas para triunfar. O Campeonato Brasileiro reúne os melhores e as equipes tem alto poder de fogo, tanto no gramado como nos bastidores. Apesar dos problemas, fica dificil descartar a contratação de um goleiro com 316 jogos nos dois principais clubes do Brasil em termos de torcida e conquistas.

Não querem Felipe? Ótimo. Então busque no mercado um goleiro com o mesmo potencial técnico e encaixado dentro da filosofia financeira da Macaca. Alguém capaz de suportar a pressão dos gigantes quando a Ponte Preta estiver na condição de visitante e um líder capaz de dar suporte aos goleiros mais jovens. Pare, pense e reflita: será que João Carlos tem condições de assumir tão complexa? Tenho dúvidas.

Não é o caso de receber Felipe de olhos abertos e lhe encaminhar um salvo conduto para que ele faça o que quiser. Porém, nesta atual pobreza de talentos do futebol brasileiro, descartá-lo de primeira e sem análise pormenorizada é jogar contra a própria Ponte Preta.

(análise feita por Elias Aredes Junior)