Guarani e a necessidade de reflexão, bola no chão e análise minuciosa antes da adoção de medidas drásticas

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No final da tarde de sexta-feira, o Conselho de Administração do Guarani emitiu uma nota para desmentir qualquer especulação sobre a saída do técnico Allan Aal. Foi desmentida a realização de uma reunião do Conselho de Administração sobre o assunto.

Tal fato não apaga o fato: a maioria da torcida bugrina não quer mais Allan Aal. Nas redes sociais, em grupos de Whatsapp e nos programas esportivos, o pedido pela troca. Sentimento amplo, geral e irrestrito.J

Jornalista não tem o direito de pedir demissão de treinador. O que ele pode e deve é analisar e vislumbrar o que pode acontecer em um cenário ou em outro. Pelos elementos e informações que tenho em mãos, custo a acreditar que a troca de Allan Aal por outro profissional produza o benefício que a torcida espera.

Aqui não cabe discutir o trabalho. Cada tem sua opinião. A maioria reprova. Considero longe de desastroso. Farei em outro artigo.

Quero raciocionar sobre a atualidade. Pensem: Allan Aal é reflexo de uma linha de trabalho. A mesma que bancou Thiago Carpini por um ano, a que trouxe Ricardo Catalá e depois Felipe Conceição e está agora com Allan Aal.

Dos quatro treinadores sustentados por Michel Alves,  seu aproveitamento é de 50% junto ao torcedor. Ou alguém considera danoso o legado deixado por Thiago Carpini? Ou vão reclamar daquilo que executou Felipe Conceição?

Com base neste cenário, o risco de uma eventual escolha gerar efeitos prejudiciais não é pequena. O  perfil seria o mesmo dos antecessores: jovem, estudioso e com sede de vencer.

Qual seria a solução?

Primeiro passar um pente fino no trabalho do departamento profissional de futebol.

Se o time apresenta boas apresentações contra os times grandes, vence com autoridade Novorizontino, Ferroviária e Santo André e depois falha com Mirassol e no clássico com a Ponte Preta, algo está em desacerto.

Comissão Técnica não tem apenas o treinador. Preparador físico, preparador de goleiros, auxiliares técnicos…existe uma cadeia de produção e de conhecimento que colabora decisivamente para o resultado final. Eles podem produzir mais e melhor? Os analistas de desempenho fazem aquilo que é pedido?

Demitir o treinador é dar um prêmio para quem por acaso estiver desalinhado.

E outra: demitir custa. Esqueceram? A rescisão de um treinador embute a necessidade de pagamento de pontos exigidos pela lei trabalhistas. O Guarani nada em dinheiro?

Vou além: com esse elenco, fraco em qualidade, é vender falsa ilusão de que um novo treinador poderá deixar o time, por exemplo, na zona de acesso da Série B. Podemos incluir tal quesito no campo do acaso.

Os problemas e dramas do Guarani não serão resolvidos de modo simplista. “Ah, mas se mudar o treinador já é alguma coisa”, “Do jeito que está não pode ficar”.

Se a sua vontade for satisfeita: eu aposto que em curto espaço você voltará a reclamar. O buraco é mais embaixo.

(Elias Aredes Junior)