Guarani e um aniversário de 105 anos celebrado com 10 fatos históricos

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O Guarani completa neste sábado 105 anos de existência. Um clube com muitas conquistas e com fatos e jogadores que entraram para a história. O seu estádio, o Brinco de Ouro, apesar de futuramente ser desocupado para viabilizar o saneamento das contas financeiras do clube, foi palco de uma final de Campeonato Brasileiro e com a única conquista de um Clube de Interior do Brasil.

Recorde ou conheça agora 10 fatos importantes da história da agremiação:

1- Homenagem dos Correios e Telegráfos – Apesar de excluído da Copa União de 1987, o Guarani recebeu uma homenagem da Empresa de Correios e Telégrafos: um selo especial que fazia parte da coleção “Campeões Brasileiros”. O primeiro dia de circulação aconteceu em 29 de agosto de 1987. Internacional, Flamengo e São Paulo acompanharam o selo do Bugre.

2- Refletores: No século passado, o Guarani foi um dos primeiros clubes a se modernizarem e colocarem refletores no estádio Brinco de Ouro. A inauguração foi em outubro de 1963 e como lembrança, o clube lançou uma

Quadro com reprodução do pastinho
Quadro com reprodução do pastinho, antigo estádio

flâmula alusiva ao feito. Detalhe: a iluminação foi de fato inaugurada no dia 11 de janeiro de 1964, em confronto contra o Flamengo e que terminou com vitória bugrina por 2 a 1.

3- Quadro histórico: Historiador obcecado da história do Guarani, o torcedor Celso Franco ficou intrigado ao observar no início dos anos 90 a destreza de uma vizinha de seus pais em reproduzir paisagens. Teve então uma
ideia: pegou uma foto do antigo Estádio Pastinho, inaugurado em 1913 e desativado em 1953, e entregou para que a mulher fizesse um quadro. O obra ficou pronta em 1993, no dia do seu aniversário.

4- Uma história emocionante: Em 1962, o bugrino Luiz Bertoni escreveu cartas ao amigo Pompêo de Vito, fundador do clube, em 1962. Seu apelo era para que ele intercedesse junto à diretoria da época para que construíssem um quartinho no Brinco de Ouro e assim pudesse ter uma moradia. A história conta que Bertoni teve dois filhos, mas não era acolhido por eles. O presidente Jaime Silva e seu braço-direito Jamil Gadia atenderam ao pedido e Bertoni foi morar no Brinco no ano seguinte. Anos mais tarde, foi internado no Lar dos Velhinhos, onde faleceu praticamente esquecido em 5 de dezembro de 1978. As cartas de Bertoni e outros documentos pessoais estavam em um envelope, guardado no Lar dos Velhinhos. Hoje estão de posse do historiador Fernando Pereira.

5- A primeira bandeira: Ligações familiares foram fundamentais para a confecção da primeira bandeira do clube. Em 1915, o então dirigente José Giardini encomendou à sua irmã Francisca Gagliardi Giardini a produção da primeira bandeira do clube. Apesar da resistência de alguns, a encomenda foi entregue.

6-Hino recusado: Além de repórter esportivo, Renato Silva era músico e não deixava passar a oportunidade de criar hinos para clubes de futebol, uma espécie de Lamartine Babo, autor dos hinos dos quatro grandes clubes cariocas. Além de escrever o hino do Bragantino e do Ituano, o cronista esportivo arriscou uma nova letra para o Guarani. O disco foi lançado mas não emplacou entre os torcedores do Alviverde.

7- Seleção no Brinco de Ouro: O Estádio Brinco de Ouro já abrigou uma partida de Seleção Brasileira. Foi no dia 5 de maio de 1990. Na ocasião, a Seleção Brasileira de Sebastião Lazaroni fazia seus preparativos para a Copa do Mundo da Itália. O borderô registrou o público histórico de 47.132 pagantes e mais de 3 mil não pagantes, um público abaixo somente da semifinal do Campeonato Brasileiro de 1982, quando 52002 pagantes presenciaram a vitória flamenguista por 3 a 2. A Seleção Brasileira venceu a Bulgária por 2 a 1, com gols de Muller e Aldair.

8- Invencibilidade histórica: Na conquista do título Brasileiro de 1978, o Guarani cometeu a façanha de emplacar 11 vitórias consecutivas. Confira os jogos:Guarani 2 X 1 Santos ; Guarani 1 X 0 Botafogo-PB ; Guarani 3 X 0 Goytacaz; Guarani 1 X 0 Botafogo-SP ;Londrina 0 X 1 Guarani; Sport 0 X 2 Guarani; Guarani 4 X 0 Sport ;Guarani 2 X 0 Vasco ;Vasco 1 X 2 Guarani; Palmeiras 0 X 1 Guarani e Guarani 1 X 0 Palmeiras.

9 – Torcedora Símbolo: Teresa Orsi Gozzi era uma singela dona de casa que auxiliava em trabalhos de costuras. No dia 1º de abril de 1911, ao passar em frente à Praça Carlos Gomes, ela avistou alguns conhecidos em uma animada discussão. Tomou conhecimento então sobre a fundação de uma nova equipe de futebol na cidade. Pronto. Estava selada a paixão. Acompanhou o Guarani por todos os cantos e lugares e foi testemunha de seus principais feitos. Recebeu o título de torcedora-símbolo ainda na época do antigo Estádio Pastinho. Tinha uma forma peculiar de defender as cores bugrinas: aplicava golpes de guarda-chuva em quem ousava criticar o alviverde. Faleceu em 1995, aos 103 anos.

10- A Mudança: Antes de se mudar para o Brinco de Ouro, o Guarani fez seu último no jogo no Pastinho em 5 de abril de 1953. O jogo terminou empatado em 1 a 1 com o São Paulo, com gols de Nonô e Gino. O Guarani jogou com Paulo; Herbert e Palante; James, Clóvis e Saraiva; Dido, Nonô, Romeu, Piolim e Hélio (Ary). Já o Tricolor atuou com Poy; De Sordi e Pirani; Plan (Nilo), Pé de Valsa e Turcão; Agostinho, Martino (Gino), Albella (Gomes), Ranulfo e Teixeirinha. A foto acima imortalizou o último 11 do Bugre no Pastinho.

(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)