Guarani em 2024 e a luta para fugir de um roteiro conhecido e de final melancólico

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É costumeiro acompanharmos a emissão dos seguintes conceitos dentro da torcida do Guarani nas redes sociais: o futebol decepciona mas a administração está boa. Ou pelo menos passa de ano.

Não consigo assimilar tal conceito por entender que o gramado reflete o que é feito nos bastidores. Se a equipe adota as medidas corretas dentro dos gabinetes, automaticamente o reflexo acontece dentro do gramado, com vitórias e conquistas. A bola não entra por acaso. Para aqueles que o processo demora para gerar frutos eu recordo: o atual grupo político está no poder desde 2018, com entrada e saida de alguns integrantes. Não deveria ocorrer resultados mais palpavéis dentro do campo? Penso que sim.

Em sete participações na Série B, em apenas uma, em 2021, o time ficou próximo do grupo de classificação. Em outras, o filme foi o mesmo: péssimo rendimento em um turno e recuperação ou queda vertiginosa em outro. Sem estabilidade.

Se separarmos a performance por turnos, em 14 deles, o Guarani só ficou entre os quatro primeiros uma vez, em 2022, quando foi o terceiro lugar do returno com 33 anos. Por outro lado, teve turno em que ficou apenas com 16 pontos, como em 2019 e em 2022, com 18 pontos no turno inicial. Repito a pergunta: se a administração é tão maravilhosa, por que isso não se reverte no gramado?

Chegamos a disputa do Campeonato Paulista.

Esperanças renovadas.

Novas contratações.

A pressão toda colocada no treinador e no Superintendente Executivo de Futebol. Não há qualquer sinal de mudança de procedimento por parte dos integrantes do Conselho de Administração. Como podemos pensar de que o filme poderá terminar de modo diferente? Pode até ocorrer uma reviravolta, mas será muito mais por uma concessão do destino do que uma metodologia que rendeu frutos.

Esperamos uma boa temporada do Guarani. Mas se algo ocorrer fora do roteiro, pense bem antes de apontar o dedo para Umberto Louzer ou Juliano Camargo. Eles são vítimas de um processo que não consegue subir de patamar. Infelizmente.

(Elias Aredes Junior-com foto de Raphael Silvestre/Guarani FC)