Guarani: o que fazer com os seis gols sofridos para o Palmeiras?

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Os números são frios e cortantes. O Guarani foi goleado pelo Palmeiras por 6 a 2. Não viu a cor da bola e o ponto de interrogação foi escalado para acompanhar o elenco antes da estreia na Série C do Campeonato Brasileiro, no dia 22 de maio, contra o Guaratinguetá, em local ainda a ser definido.

O placar detonou sentimentos conflitantes na torcida bugrina, conforme os relatos observados nas redes sociais.

Alguns estão inconformados com o fato da atual diretoria marcar um jogo diante de um oponente da elite do futebol nacional e com infinitas opções ofensivas e defensivas. Mais: um time treinado e condicionado por Cuca, um técnico de ponta. Como contraponto, o Guarani teve pouco tempo de treinamento e o próprio técnico Marcelo Chamusca dirigiu o elenco com 12 atletas em alguns dias.

Outros espalharam um sentimento de pânico, como se o mundo fosse acabar e não houvesse chance de recuperação. Por essa linha de raciocínio, o Guarani pode abrir mão de lutar pelo acesso antes de entrar em campo.

Um terceiro grupo adota o trajeto que levou o Guarani ao atual estado de coisas. Adota uma postura alienante, não admite analisar o resultado dentro de um contexto de trabalho focado no acesso e prefere apostar na construção de um conto de fadas. Foi um desastre, um acontecimento fora do prumo. No fundo, o Guarani é um injustiçado.

Não sei qual vertente vai prevalecer dentro da torcida bugrina, mas já é possível buscar um quarto caminho. Ele pressupõe a adoção de uma postura serena e sensata por parte do técnico Marcelo Chamusca. Encarar o resultado como algo que não pode acontecer, seja em qualquer divisão ou jogo-treino. Não é plausível tomar seis gols. Pesquisar as falhas e a origem de cada um é um exercício didático que poderá trazer benefícios ao Guarani com vistas ao seu objetivo, a de buscar a disputa da Série B em 20017.

No entanto, é salutar relativizar os fatos sem perder o senso crítico. O Guarani foi goleado por uma equipe cuja folha salarial tem estimativa de encontrar-se acima dos R$ 10 milhões mensais. Um time com estrutura, recursos, uma arena moderna e com metas ambiciosas de médio e longo prazo. Ao fazermos a comparação, qualquer torcedor sabe que o Guarani tem ambições problemáticas ao encarar a sua realidade estrutural e financeira, mas que são modestas diante do universo milionário do futebol.

No fundo, o Palmeiras poderá ter feito um bem ao Guarani. Fez o Alviverde campineiro entender que o traballho duro deve ser adotado e que existe um longo caminho até realizar o desejo do torcedor bugrino de encarar de igual para igual os principais times do cenário nacional.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto- César Greco- Site Oficial Palmeiras)