Gustavo Bueno, Jorginho e a necessidade de um debate para aprimorar a Ponte Preta na Série B

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Vou fazer uma simulação. Cena hipotética. Digamos que após a chegada em Campinas da delegação da Ponte Preta após a derrota para o Coritiba, o executivo de futebol Gustavo Bueno chamasse o técnico Jorginho para uma conversa. Amigável. Amistosa. Sem pressão.

No lugar do dirigente, perguntaria ao profissional porque após 15 dias de treinamentos não houve uma estratégia alternativa de jogo. Um mecanismo para fugir da estratégia de Umberto Louzer em conceder a posse de bola ao adversário e puxar os contra-ataques com Wellinton Junior e Rodrigão. De novo a Macaca teve a bola e apesar das chances criadas, ficou longe de exibir algo consistente.

A Ponte Preta teve pênalti esquecido pela arbitragem? Tudo isso é verdade. O foco é que em nenhum momento dos 90 minutos, a Alvinegra impôs o seu estilo. Isso é fundamental. Posse de bola não significa nada se o seu adversário estiver preparado para aproveitar as debilidades do oponente. Coritiba tomou esse cuidado. E venceu.

Gustavo Bueno deveria debater com a comissão técnica quais os motivos que levaram a colocação de Renato Kayser desde o começo de jogo e de Facundo no banco de reservas. Ora, se o novo reforço foi utilizado desde o começo, por que o uruguaio foi esquecido? Vou além: como entender a titularidade de Thalles? Não é impor escalação ou ordem. Nada disso. É ouvir os argumentos que levam a bancar um atacante perseguido pela torcida e que vive uma fase de irregularidade técnica.

Os responsáveis pela Macaca precisam debater com o treinador se existem jogadas ensaiadas e se a defesa está preparada para sentir o veneno do contra-ataque.

Repito: não é colocar em xeque o trabalho de Jorginho. Nada disso. Seu saldo é hiper positivo. Algumas respostas precisam ser encaminhadas para que a correção seja feita em tempo hábil e que o confronto com o Criciúma seja um recomeço definitivo na luta pelo acesso.

Gustavo Bueno foi contratado não só para captar atletas, como também para fomentar o debate e aprimorar a metodologia de trabalho. Que assim seja.

(Elias Aredes Junior)