Idas e vindas da Ponte Preta em 2016. E o que vai sobrar para 2017?

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Dez de abril de 2016. Rio Claro 0 x 1 Ponte. Gol de Felipe Azevedo. Foi um resultado que sacramentou a eliminação da Macaca no Campeonato Paulista. Terceira no grupo B, que tinha , na época, o não tão forte Palmeiras e os fracos São Bernardo, Ituano e Novorizontino. A alvinegra ficava, mais uma vez, pelo caminho no estadual mais forte do país.

Naquele dia, naquela semana, todos questionavam, após o bom ano de 2015, o trabalho feito até ali. Em 2016, o foco estava na diretoria e comissão técnica. Pelos maus resultados, Alexandre Gallo, substituto de Vinícius Eutrópio, deixou o cargo. Eduardo Baptista, recém-demitido pelo Fluminense, em baixa no mercado e declaradamente pontepretano, assumiu o time sem pompa. Comandou o escrete pela Copa do Brasil, nos jogos contra Caldense, Genus-RO e, por fim, debutou no Brasileirão contra o Figueira.

O começo foi promissor e a Macaca, de fato, mostrou evolução. Chegaram, desde o Paulistão, Breno Lopes, Antônio Carlos, Abuda, Wendel, Maycon, Galhardo, Pottker, Roger (que acaba de sair) e Zé Roberto. Mais de 13 peças deixaram a equipe. Méritos para Gustavo Bueno, Cristiano Nunes, Eduardo Baptista e comissão técnica que fizeram com que a Ponte tivesse uma base sólida para o restante do ano.

De lá pra cá foram 40 jogos, sendo 15 vitórias, 10 empates e 15 derrotas. No Brasileirão, 34 partidas, 13 vitórias, seis empates e 15 derrotas. Na Copa do Brasil, duas vitórias e quatro empates. Pelos erros de planejamento nos primeiros quatro meses (sim, os diretores/comissão erraram, e muito, no início da temporada, mas acertaram no segundo semestre), os números são bons.

Uma boa campanha na Copa do Brasil também endossa o trabalho realizado. Faço duas ressalvas. A primeira delas está na tabela: o retrospecto longe do Majestoso. Fora de casa, a Ponte Preta jogou 17 vezes, vencendo apenas duas, empatando quatro e perdendo onze, um péssimo aproveitamento que foi obtido por conta da passividade do time nos confrontos.

A outra reserva vai para a teimosia de Eduardo Baptista. Apesar de ser um dos grandes técnicos da nova safra brasileira, opta, geralmente, por jogadores contestados e, em casa escolhe um esquema defensivo, com três volantes. Galhardo (tecnicamente o melhor do time) e Pottker são atletas que mereciam mais minutos em campo, mas esbarram nas decisões tomadas pelo comandante.

Ao observar o comportamento de grandes amigos pontepretanos, passei a refletir sobre o ano feito pela Macaca. Acredito, realmente, que chegar ao grupo dos seis melhores da competição era factível. Jogadores, comissão técnica e diretores, sim, creio eu, poderiam perseguir o sonho com mais afinco. Faltou acreditar no próprio trabalho, uma vez que a tabela, graças aos adversários, forneceu brechas.

A boa notícia é que 2017 pode ser bom. A diretoria, sem sombra de dúvidas, acerta na ideia inicial de manter 70 por cento do grupo. Precisa, agora, contratar bem e acertar a permanência de jogadores decisivos, como Aranha, João Vitor, Thiago Galhardo, Rhayner e Felipe Azevedo. Tais peças podem ser essenciais na busca do título almejado para saciar a massa pontepretana.

(análise feita por Pedro Orioli- Foto de Fábio Leoni- Pontepress)