Jonas Donizete não quer aglomerações nos estádios antes, durante e depois do dérbi 197. Qual a chance de dar errado? Gigantesca!

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Fale apenas das quatro linhas. Futebol não se mistura com política. Não existe jornalista esportivo em Campinas que nunca tenha ouvido tais frases. É uma tentativa infrutífera de dissociar a modalidade da vida em sociedade.

Querem uma prova da inutilidade da teoria? A decisão do prefeito de Campinas, Jonas Donizete (PSB) de proibir aglomerações nas proximidades dos estádios de Ponte Preta e Guarani antes, durante e depois do dérbi, marcado para as 21h30 desta terça-feira no Estádio Moisés Lucarelli.

O prefeito estipulou que a medida vale para um raio de 300 metros do Majestoso e também do Brinco de Ouro. Estão vetadas as presenças de ambulantes, a montagem de tendas e caixas de som e a instalação de telões.

Juro, eu queria acreditar na eficácia da resolução. Queria aplaudir de pé os dois estádios vazios e sem pessoas no entorno e sem confusão. Tenho dúvidas. Muitas. Considero que a possibilidade de contarmos com aglomerações é gigantesca. Confusões vão ocorrer se tivermos um vencedor? Provável. São duas equipes em crise e as forças públicas nos últimos meses nunca foram exitosas no plano de segurança. Basta recordar que já pouco mais de dois anos um torcedor do Alviverde foi assassinado.

E como vou acreditar que existirá cumprimento da medida se a desobediência foi a marca principal da sociedade campineira e brasileira durante a pandemia? Gente sem máscara nas ruas, aglomerações em todos os cantos, explosão no número de casos e problemas nos hospitais e o que fazíamos como sociedade? Abraçávamos a desobediência como se não houvesse amanhã. Então, que garantia teremos de que a paz irá reinar?

Ao invés de decretos, o mais salutar é um plano de segurança que segure os revoltosos e aplique punição aos que cometerem delitos.

(Elias Aredes Junior)