Jorginho falhou. Mas merece uma segunda chance na Ponte Preta. Por Ariovaldo Izac

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Sobram críticas ao treinador Jorginho. Ele tem culpa no cartório sim, mas não se precipitem senhores cartolas pontepretanos, apesar da derrota em casa para o América Mineiro por 1 a 0.

Sem os laterais Arnaldo e Abner, a Ponte Preta se transformou num time previsível na chegada ao ataque.

Claro que alguém precisa convencer Jorginho que o meia Matheus Vargas é jogador para Mirassol e Paraguaçuense. Com aquele tamanhão sequer sabe cabecear, pra não alongar o assunto.

Se alguém tivesse avisado Jorginho que o atacante Roger sabe desempenhar razoavelmente o papel de meia organizador, quem sabe uma luz o ajudasse ao discernimento para sacar Vargas. Assim seria evitada aquela entrada criminosa em adversário, que resultou em expulsão.

É natural que o meio-campista Camilo oscile. Isso é próprio de jogador recém-saído da base.

Ora, esperar que a entrada de Thiago Real resultasse em significativa contribuição seria utopia. Por que naquela ocasião a opção não recaiu para a entrada de Alex Maranhão? Provavelmente aumentaria a possibilidade de sucesso na bola parada.

Problema é que Jorginho não quer se curvar às evidências. A pegada no meio de campo fica restrita ao volante Édson, e a organização de jogadas continua precária.

Por que a Ponte erra tantos passes, questiona o torcedor pontepretano?

Se há carência de qualidade na organização de jogadas dos meio-campistas, coerente seria agrupamento dos jogadores. Quanto mais se aproximarem, a tendência é de maior acerto.

O que se vê é o time da Ponte muito espaçado em campo, de uma lateral a outra, o que implica em erros de passes para jogadores sem o devido esmero para bater na bola.

Jorginho e seus pares precisam estudar melhor os adversários. Ficou claro a vulnerabilidade do miolo de zaga do América no jogo aéreo. Problema é que com bola rolando, a Ponte contou apenas com Roger como cabeceador, ou Édson quando se projetou à frente.

Ora, cadê os pares de comissão técnica pra cutucar no ouvido de Jorginho para que sacasse Vargas, recuasse Roger e procedesse a entrada de Thiago Marques logo após o intervalo? Seria uma alternativa razoável. O time ganharia mais opções no jogo aéreo ofensivo.

Fiquemos assim: cabe boa enquadrada – no bom sentido – sobre os métodos de trabalho de Jorginho, até porque ele tem o mérito de gestor com ascendência sobre o grupo. Ninguém pode dizer que o time da Ponte deixou de correr. Correu, mas correu errado.

A Ponte só mostrou intensidade nos primeiros 15 minutos, porque o adversário entrou em campo com tremenda paúra.

Aí, quando o ‘Mequinha’ percebeu que o ‘bicho’ não era tão feio, que poderia sair aos poucos da toca, saiu. Principalmente quando a instabilidade emocional provocou as expulsões dos pontepretanos Gerson Magrão e Vargas.

(Artigo escrito por Ariovaldo Izac-Especial para o Só Dérbi)