Além da campanha no gramado, por enquanto dentro das expectativas, a melhor noticia do Guarani nos últimos anos, é a ONG “Bugrinas em Ação”. Formada por torcedoras integrantes ou não de Torcidas Organizadas, a Ong tem trabalho incessante para ajudar os desamparados e posicionar-se em questões sociais.
Não ficam em cima do muro. Prova disso é que criticaram com veemência a contratação de Juninho Piauiense, emprestado pelo Sport. O jogador chegou a ser indiciado por agressão contra a ex-namorada, algo que impediu a sua contratação pelo Corinthians em 2018.
Apesar do posicionamento da ONG ser nobre, infelizmente, o Guarani e suas estruturas internas de poder dificilmente atenderão ao clamor das torcedoras. Por um motivo: a instituição tem o machismo presente no cotidiano, assim como os outros clubes.
Desde a reformulação do estatuto, apesar de muitas formulações, o Conselho de Administração teve apenas uma mulher em sua composição, Cristina Siqueira.
Nos outros CA´s restantes formados, o Queijo (prédio administrativo do Brinco de Ouro), virou um Clube do Bolinha. No Conselho Deliberativo, o quadro é ainda pior: dos 85 eleitos no ano passado, apenas quatro são mulheres:Adelaide Tavares, Mara Oliveira Antonini, Maria Cristina Masotti e Tania Cardoso Santana.
Falta abertura de espaço. Empatia. Diálogo. Isso porque falamos de um clube que tem como uma de suas torcedoras símbolo a, a Tia Tânia, que como foi citado anteriormente, também é conselheira.
É uma representação ínfima. Posso apostar: se a representatividade feminina fosse maior ou igualitária dentro das estruturas de poder no Guarani, dificilmente Juninho Piauiense seria contratado.
Mais do que barrar contratações indigestas, a missão primordial da torcida, do “Bugrinas em Ação” e dos jornalistas conscientes é derrotar o gene maligno do machismo no futebol e no Guarani.
(Elias Aredes Junior)