Justiça Trabalhista cogita nomear administrador judicial para o Guarani. Quem se espanta com a notícia?

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O novo juiz encarregado de tratar do caso do Guarani na Justiça Trabalhista, Rafael Martins, afirmou na noite desta quarta-feira em entrevista a Rádio Central que tentará colocar em prática no seu mandato de dois um plano para quitação definitiva das dividas trabalhistas do clube campineiro. “Um dos primeiros atos que tive, assumi no dia 11 de março, há dois ou três semanas dei um despacho longo concedendo para que um perito traga a atualização total do quadro [de credores que cobram o Guarani] para que eu possa fazer um plano de ação com o clube. O clube terá um prazo para montar isso. Para que, dentro da minha gestão, de dois anos, que a gente resolva pelo menos as questões trabalhistas”, afirmou o juiz na entrevista.

Nesta conjuntura ele não descartou a hipótese de nomear um administrador judicial. Ou seja, uma pessoa designada pela Justiça Trabalhista, que fique dentro da estrutura do clube e que assegure que os recursos sejam destinados ao pagamento das dividas. “almeron esteve comigo diversas vezes desde o ano passado. “Esse ano principalmente pela última decisão ele veio preocupado, que foi a do administrador judicial. Ele teme que isso atrapalhe o andamento de algumas coisas no clube. Ano passado o Guarani quase subiu e que um administrador judicial pode prejudicar, que fica complicado comentar esse tipo de coisa. A ideia do administrador judicial era para me ajudar no caso”, esclareceu o magistrado, que assegurou o estabelecimento de uma parceria com a juíza Ana Cláudia Torres Vianna, que estava com o caso até recentemente.

Ele deixou claro os critérios estabelecidos para a nomeação dos peritos. “Seria alguém indicado pelo Judiciário que ajudaria a ver as contas do clube. Isso acontece em empresas que não possuem público externo. Não sei se nesse caso é viável, por isso pedi ao clube uma forma de pagamento, então pode acabar trazendo transtornos desnecessários”, arrematou.

A entrevista é emblemática sob diversos aspectos. Primeiro porque o juiz deixa claro que não quer ficar de passagem. Não aceitará enrolação. Quer solução rápida e imediata para o caso dos credores. De preferência de modo limpo e transparente.

Além disso, de modo inconsciente, ele colocou o atual presidente bugrino contra a parede. Afinal, por que Palmeron teria resistência a uma medida do judiciário? Não seria o caso de convocar uma entrevista coletiva para explicar este ponto colocado pelo juiz?

E a conversa com juiz abordou somente as questões trabalhistas. As dividas cíveis e tributárias não entraram ainda em vigor. De qualquer maneira, o papo na Rádio Central, trouxe um saldo alvissareiro: a Justiça quer uma solução viável ao Guarani. E isso deveria ser celebrado por toda a torcida.

(Texto e análise de Elias Aredes Junior)