As baixas no time titular obrigaram Umberto Louzer a transformar o estilo do jogo no Guarani ao longo da Série B do Campeonato Brasileiro. As características de reatividade e velocidade, marcas do elenco campeão da Série A2 do Campeonato Paulista, deram lugar à compactação e ao toque de bola. Apesar das mudanças terem trazido resultado – são sete jogos de invencibilidade e duas vitórias consecutivas -, o treinador alertou os jogadores para não diminuir o ritmo de ataque.
“A gente trabalha as duas formas, particularmente gosto de posse de bola, circulação e incisão no campo de frente, sempre em busca do gol. Por outro lado, procuramos fazer ajustes, no bloco médio, para diminuir os gols sofridos. Muitas vezes temos abdicado de ter o domínio no ataque e damos a oportunidade ao adversário para jogar em cima, o que gera desconforto. Tenho conversado isso com os atletas para não abaixar a linha mesmo com a vantagem no placar”, afirmou.
“O nível da Série B aumenta em relação ao Estadual até pelas diferenças de investimento. Tivemos que se adaptar e entender a competição pelas perdas, mas temos que valorizar os que reforços para potencializar o individual e alcançar os nossos objetivos”, emendou.
A mudança de estratégia, em meio à competição, tornou-se um dos principais desafios do ex-volante à frente do comando técnico. “Tivemos dificuldades. Em um campeonato tão difícil e longo, você precisa repor peças. Ou seja, contratar para acrescentar ao grupo. Perder nomes durante a competição dificulta, afinal, estavam inseridos no nosso processo e tinham entendimento da maneira de jogar. Felizmente, estamos conseguindo trabalhar, mudamos a maneira de atuar, tenho convicção nas minhas ideias e encaixamos o jogo. Temos muito a evoluir em todos os aspectos, estamos trabalhando para sermos competitivos e equilibrados, com maior controle do jogo, e evitar sofrimento no final. A expectativa é ter consistência defensiva e ofensiva o quanto antes”, revelou.
Apesar de o Figueirense ter desempenho melhor como visitante do que em Florianópolis e estar quatro jogos sem vitória, Louzer pediu atenção e intensidade, além de prever dificuldades para superar um concorrente direto ao G4. “É sempre importante conquistar os três pontos em casa até por questão de cultura. Temos que se impor, tomar a iniciativa e ir em busca do resultado. É assim que vamos enfrentar o Figueirense. Precisamos neutralizar as ações e explorar as dificuldades para vencer. A competição está muito equilibrada. Ao atuar como mandante, é preciso ter preocupações com a característica reativa do oponente, mas sempre com equilíbrio defensivo. A vitória é sempre bem vinda porque gera confiança aos jogadores”, frisou.
“Já conversei com os atletas sobre a pontuação do adversário fora. Joga melhor longe de Florianópolis. Essa atenção tem de ser redobrada. O Milton Cruz conhece bem a casa, está desde o ano passado, tem identificação e esperamos dificuldades. O adversário está na briga pelo G4. Porém, jogando no Brinco de Ouro, temos que vencer”, finalizou.
(texto e reportagem: Lucas Rossafa/foto: Letícia Martins – Guarani Press)
