Dos últimos 30 pontos disputados, o Guarani faturou 23. O melhor aproveitamento das últimas 10 rodadas. Vitória convincente contra a Chapecoense e soma de três pontos em uma partida de razoável para ruim diante do Paraná. Uma equipe que consegue ser competitiva mesmo com cinco desfalques. É um céu de brigadeiro no estádio Brinco de Ouro.
Graças ao trabalho do técnico Felipe Conceição, a equipe está com 34 pontos e na atualidade está mais próxima da zona de classificação do que da zona de classificação. Precisa de mais quatro vitórias em 14 rodadas para o objetivo ser alcançado.
Tudo lindo e maravilhoso. Agora o inimigo é outro: a soberba. Nem torcida, jogadores e comissão técnica podem cair na cilada de se considerarem imbatíveis ou que um possível acesso já está cravado no destino.
Nada disso.
A competição está longe de acabar. E para a sorte da instituição, o treinador tem o atributo da humildade na sua alma. “Realmente abrimos uma vantagem grande da zona de rebaixamento, isso nos permite olhar para outros objetivos sim, mas a situação do jogo a jogo vai continuar. Meu olhar agora é para o Náutico terça-feira, trabalhar bastante. Amanhã já tem treinamento, a gente viaja, recuperar bem para que a gente possa fazer uma boa partida contra o Náutico e buscar a vitória novamente”. Mais coerente e pé no chão, impossível.
Até porque existe uma cilada no caminho: apesar da derrota contra o Juventude, o Timbu teve sua melhor exibição no comando de Hélio dos Anjos. Se a produtividade melhorar, o jogo deverá ser ainda mais espinhoso.
O instante agora é uma mistura de humildade com sabedoria. Escolher a equipe mais competitiva, focar no descanso e reconhecer que a Série B tem obstáculos constantes. Que os fanáticos, ufanistas e manipuladores de opinião pública não sejam levados em considerados. Que o Guarani dando um passo de cada vez. E que no final recolha uma surpresa agradável.
(Elias Aredes Junior – foto de Thomaz Marostegan/Guarani FC.)
