Mozart vai sobreviver ao juízo final no Guarani?

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Sabe quando você quer dar uma noticia ruim e não sabe como dizer? Reconhece quando está diante de uma situação delicada e as palavras fogem do pensamento? E quando você está diante de um ataque de sinceridade e não consegue evitar?

Vamos seguir o caminho da transparência: o Guarani não deve ter ilusões de classificação às quartas-de final. Pode reagir e conseguir a preciosa vaga? Pode. Em futebol tudo é possível. Mas esse não é o problema. O ponto central é que a pontuação corresponde a qualidade de futebol no gramado. Ou seja: pobre e sem imaginação. Não mostra poder de reação.

Pegue o jogo de sábado. O que preocupou não foi a derrota para o Red Bull Bragantino. Porque existem jogos que você pressiona os 90 minutos, cria oportunidades, é castigado por um contra-ataque fortuito e vê a derrota surgir do nada, sem justificativa. Mas excetuando-se os 15 minutos derradeiros, o Guarani concedeu argumentos para o revés.

Em boa parte do jogo, não saiu da marcação sob pressão do Red Bull Bragantino. Não  produziu oportunidades que criassem constrangimentos ao goleiro do Massa Bruta. O meio-campo comprovou novamente que depende única e exclusivamente da centelha de Giovanni Augusto. Richard Rios foi bem? Rafael concedeu provas do seu potencial técnico? Tudo isso é verdade. No entanto, são solistas em uma orquestra desafinada.

Sorte que o destino sorriu de novo para o Guarani. Os resultados dos adversários foram positivos e o time ficou fora da zona de rebaixamento. Pelos critérios de desempate, mas ficou. Mas agora não tem jeito.

O Conselho de Administração do clube está diante do juízo final. Não tem saída. A equipe precisa vencer a Portuguesa na quarta-feira. De qualquer maneira.

Uma vitória faz o time respirar na luta contra o rebaixamento. A derrota liga de vez o modo desespero e coloca até em risco o emprego de Mozart. Convenhamos: você completar sete jogos com uma mísera vitória é algo que dá argumento para qualquer dirigente tirar o corpo da reta.

O torcedor está cansado. Exausto. Todo ano a mesma ladainha. Pega-se a calculadora e luta-se contra o rebaixamento. Agora reclamar adianta pouca coisa. É preciso tirar o Guarani desta cilada. Porque um rebaixamento na Série A-2 seria um retrocesso absurdo e sem nexo com a história do Guarani. É hora de agir. Antes que seja tarde.

(Elias Aredes Junior-foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)