Ponte Preta e os altos e baixos na Série A-2 do Campeonato Paulista

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Tudo na vida é feita de fases. Dia e noite. Céu ou inferno. Aprovação ou repetência na escola. A conquista da pessoa amada ou o desprezo indesejado. Não existe 100% de felicidade. É mentira quem diz que uma pessoa passa batido pelos sofrimentos da vida. Somos forjados e moldados na adversidade. Por que o futebol, uma metafóra da vida teria que ser diferente? Em que lugar está escrito que não há espaço para tristeza dentro das quatro linhas? Às vezes elas são intensas, em outras está resumido em um gol, um lance. 

O torcedor pontepretano viveu 450 minutos de intensa felicidade. Cinco vitórias. 100% de aproveitamento. Liderança isolada da Série A-2. O favoritismo elevado às últimas consequências. Parecia que o acesso ocorreria de modo natural, sem atropelos.

Mas o futebol é o único esporte em que a igualdade é aplicada por bem ou mal. Qualquer equipe, seja uma potência ou de time médio, fica submetido a um ritual de enfraquecimento que transforma candidatos a super heróis em seres frágeis e sujeitos a qualquer tipo de revés. 

O primeiro aviso veio no jogo contra o Novorizontino. Três gols sofridos e muitos defeitos apresentados. Falhas na zaga, um meio-campo sem força de marcação e um ataque incrivelmente sem imaginação. Era preciso reagir após o tombo. 

Não dá para dizer que foi um desastre o desempenho contra o Juventus.

Devemos elogiar o poder de reação do time que ficou duas vezes atrás no placar e conseguiu a reação. Impossivel ignorar o bom desempenho de Matheus Jesus, agora com a nítida impressão de que encontrou o rumo certo na sua trajetória profissional. 

Em contrapartida, é inadmissível uma equipe candidata ao acesso tomar nove gols em sete rodadas. Para as partidas decisivas, muito mais importante do que balançar as redes é evitar que elas sejam balançadas do seu lado.

Por outro lado, tenho um aviso triste: o quadro vai piorar.

A Série A-2 é uma competição parca em recursos. Sair dela é uma necessidade. São duas vagas preciosas em disputa. Cada disputa ficará ainda mais acirrada. Tropeços não podem ser descartados.

Não é o caso de desespero. A Macaca já comprovou ter capacidade, técnica, talento e uma comissão técnica para superar esses e outros desafios. O aviso foi dado: não dá para botar salto. Nem achar que tudo será obtido com facilidade. O sofrimento está integrado a história de conquistas da Ponte Preta. Não vai ser diferente na Série A-2.

(Elias Aredes Junior- com foto de Karen Fontes-Pontepress)