Na eleição do Guarani, mulheres são apenas coadjuvantes. Um absurdo!

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Existem pessoas que não apreciam quando misturamos futebol com política. Tudo é política. Especialmente quando você faz escolhas. E quando optamos por um lado ou por outro nós firmamos nossa posição em relação a temas importantes como racismo, machismo, homofobia e misoginia.

Veja só. O Guarani terá eleições no próximo dia 12 de março.

Para cumprir os preceitos do estatuto, as chapas tiveram que apresentar os seus componentes. A Avante Guarani, apoiada pelo atual presidente, Ricardo Moisés tem os seguintes componentes: André Marconatto, Rubens Vicente Junior, Adriano Marconatto, Erik Franco Augusto de Godoy,Romulo Aleksander Moreno Amaro, Adriano Hintze e Gustavo Rosolen.

Já a Chapa União Bugrina, que tem o apoio de Horley Senna e Palmeron Mendes- algo confirmado por Anaílson Neves em entrevista a Rádio Brasil tem os seguintes integrantes: Anailson Batista Neves, Sidnei Lima Siqueira, César Vinícius Licco, João Alexandre Moreira,João Pereira do Nascimento, Odair Paes Júnior e Maurício Antônio Capello.

Vocês perceberam? São 14 pessoas no total e nenhuma mulher está inserida em qualquer uma das chapas. Nenhuma!

É um absurdo sob qualquer ângulo de ánalise.

Basta dizer que 51,1% da população é formada por mulheres. Na questão dos postos de comando, mais estatisticas: em 2022, as mulheres perderam 1% dos postos executivos nas empresas brasileiras de médio porte, e hoje são 38% do total. Ou seja, se quisessem sustentar a paridade existente no mercado de trabalhadores cada chapa deveria contar com pelo menos duas mulheres.

Fica a pergunta: entre os mil associados habilitados para votar no dia 12 de março, não existe nenhuma mulher para fazer parte das chapas? Não há nenhuma mulher competente para cuidar de qualquer um dos departamentos existentes no Guarani? Desculpe, não cola, mesmo se colocarmos o discurso da meritocracia.

A ausência de mulheres explica em parte porque o Guarani não mostra nenhum, mas nenhum interesse em retomar um Departamento de futebol feminino forte e competitivo. É por essas e outras que outras demandas das mulheres não são atendidas. Ah! Falta de dinheiro não é desculpa. Bastava uma parceria com uma empresa e o nome do Guarani estaria à disposição. 

Não adianta reclamar. Não adianta arranjar desculpas. A colocação das mulheres em segundo plano é demonstrado na prática.

Diante disso, no próximo dia 08 de março, ao invés de parabéns que os integrantes das duas chapas encaminhem um gigantesco pedido de desculpas por tamanho desleixo a um grupo de torcedoras que também torcem, sofrem e merecem consideração. Fazer discurso é fácil. Duro é aplicar empatia e solidariedade na prática.

(Elias Aredes Junior com foto de Guarani F.C/Divulgação)