O que fazer com os garotos revelados pelo Guarani na Copa São Paulo?

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As explicações da direção de futebol do Guarani para o não aproveitamento de Davó repercutiram. Torcedores ficaram céticos e ainda pensam que era possível utilizar o atacante. Um dos argumentos tinha foco em Matheusinho, hoje integrado ao elenco. Não convenceu o fato do Guarani contar com Fernando Viana, Diego Cardoso e Anselmo Ramon como centroavantes como justificativa para a “preservação” de Davó.

Quero ir por outra direção. Ratificar que jogadores como Pedro Henrique, Davó, Matheusinho podem e devem ser aproveitados pela equipe bugrina. Mas a pergunta fica: era o momento adequado para lançar todo mundo? Não havia risco de todos serem queimados?

A torcida bugrina é exigente. Quer tudo para ontem: vitórias, futebol de qualidade e títulos. E isso repercute no trabalho. Que, diga-se de passagem, está sendo conduzido no meio de uma crise política e em condições financeiras, no mínimo delicadas.

Qualquer pessoa  especialista em futebol sabe que após cinco anos de ausência, o foco do Guarani primeiramente seria a permanência. E deveria conquistar pontos em uma competição de tiro curto, com 12 jogos e sem confrontos diretos com os adversários da mesma chave. Pense, reflita: digamos que todos os garotos fossem aproveitados agora por Osmar Loss. Todos, sem exceção.

Vou mais longe: que fizessem parte do time titular. Obvio que uma boa arrancada consagraria as categorias de base. E se desse errado? E se a bola não entrasse? Qual o risco desses jogadores serem incinerados pela mesma torcida que clama pela presença deles? Altissimo risco.

E não preciso comparar com ninguém. Utilizo o próprio Guarani como parâmetro. Em 2015, sob a presidência de Horley Senna, o então técnico Pintado chegou a conclusão de que a saída era lançar os garotos oriundos das categorias de base. Perdeu um jogo chave contra o Atlético Sorocaba no dia 28 de março e com a seguinte formação: Pegorari; Eduardo (João Víttor), Thiago Carpini, Léo Rigo e Dênis Neves; João Paulo, Lenon (Raí), Watson (Wesley), Lorran e Douglas Packer; Gabriel Rodrigues. Neste jogo foram utilizados João Vittor, Léo Rigo, Raí, Watson, Lorran, Gabriel e Wesley. Excetuando-se este último, consagrado pela atuação de gala na vitória sobre o ASA de Arapiracaba em outubro do mesmo ano, quem fincou como alguém que fez diferença na história do Guarani? Será que alguns deles não foram lançados na fogueira e queimados de modo impiedoso?

Sei que é duro ao torcedor bugrino sequioso por revelações com a camisa bugrina, mas neste momento a cautela é a melhor companheira. A Série B está logo ali. Teremos 38 chances de vermos as revelações da Copa São Paulo.

(análise feita por Elias Aredes Junior)