Pergunta que não pode ser esquecida: como Ponte Preta e Guarani cuidam de seus meninos das categorias de base?

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O Brasil assiste estarrecido, perplexo e entristecido os desdobramentos da tragédia no Centro de Treinamento do Ninho do Urubu, pertencente ao Flamengo. Um destaque para a atitude estranha dos dirigentes, que só se comunicam com a nação rubro-negra por intermédio de pronunciamentos, sem qualquer chance de entrevista coletiva, o que geraria questionamentos pertinentes. Se eles não falam ou deixam de pronunciar o que deseja a sociedade, os profissionais de imprensa espalhados em todo o Brasil tem a obrigação de ir a campo e pedir explicações aos seus clubes que são foco de cobertura. Nem preciso esticar o assunto: como Ponte Preta e Guarani cuidam de seus meninos?

Antes de qualquer chiadeira afirmo de antemão que este artigo é, antes de tudo, um apelo. O presidente da Ponte Preta, José Armando Abdalla Junior e o presidente do Guarani, Palmeron Mendes Filho, deveriam convocar entrevistas coletivas para falar sobre o tema. Não para rebater nenhuma acusação especifica, mas para explicar as suas comunidades como é a estrutura disponibilizada aos garotos. As condições de alojamento, o trâmite junto ao Ministério Público em relação a fiscalização, como os pais podem acompanhar o desenvolvimento de seus filhos, o rendimento escolar, o planejamento para o futuro, entre outros pontos.

Ficamos contentes com boas campanhas nas categorias de base. Mas é pouco. Deveríamos possuir uma postura cidadã, de acompanhar de modo pormenorizado todo o investimento nas categorias de base. A imprensa, no qual o Só Dérbi está incluído, não pode ser excluído de culpa. Cobramos revelações, exigimos produtividade das equipes menores, mas somos incapazes de sair a campo periodicamente e fiscalizar se toda a estrutura está em ordem. Somos culpados.

Não, não acho que um incêndio pode surgir no alojamento bugrino ou pontepretano. Seria loucura. Mas é preciso ter atenção nos detalhes da formação daquele que um dia estará na roda viva da bola. E aprendemos do modo mais amargo, triste e dolorido que precisamos mudar nossa visão. Antes que outras vitimas sejam acometidas.

(análise feita por Elias Aredes Junior)