Pesquisas de torcidas e as verdades inconvenientes que ninguém deseja abordar

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Toda vez que uma pesquisa sobre tamanho de torcidas é publicada uma grande celeuma é gerada nas hostes bugrinas e pontepretanas. Dessa vez não foi diferente. O jornal O Vale, que circulou nesta última semana, divulgou novos números e produziu duas reações: comemorações pontepretanas e reclamações bugrinas.

Os números frios são devastadores para o estádio Brinco de Ouro e geram júbilo no Majestoso. O que poucos compreendem é a inutilidade destes sentimentos. Deveriam ser armazenados. Ou extirpados. E Tudo explicado dentro da própria pesquisa. E ninguém percebeu. 

Vamos aos números. O levantamento afirma que o Corinthians tem a preferência na cidade com 15,3% das preferências. O São Paulo vem a seguir com 8,74%, o Palmeiras com 7,13%. A Macaca tem 7,06% e o Guarani está com 3,95%. Eu pergunto: comemorar o quê?

Vou traduzir. Estamos em uma cidade com 1,2 milhão. Desse total pesquisado em Campinas, 31% torcem para um dos três gigantes da capital. Se juntarmos os dois clubes de Campinas não chega a um terço dos três times. É pouco, muito pouco. Quase nada em comparação ao tamanho da história das duas agremiações. 

Você poderá alegar que deveríamos levar em consideração a pergunta que pede para o entrevistado escolher uma das duas camisas. Sim, a Ponte Preta ganha e crava 36,83% contra 18,20% do Guarani. Só que 33,57% não escolheram nenhum dos dois lados. Outros 10,25% não souberam responder. Vou dar a tecla SAP deste número: se somar estes dois índices (43,82% no total) e se por acaso (por acaso, porque não há certeza nenhuma de que o resultado na cidade de Campinas se repetiria na RMC)  1,53 milhão de pessoas na Região Metropolitana de Campinas não estão nem aí com Ponte Preta x Guarani.

Não querem saber ou não conhecem a data de seus jogos.

Não se importam se o Guarani foi campeão da Série A-2 em 2018 ou se a Macaca levantou a taça neste ano.

Ou seja, a Ponte Preta, no fundo, no fundo, comemora uma vitória de pirro. E a torcida do Guarani, não deveria reclamar de índices das pesquisas e sim lamentar pela perda de mercado tanto dele como de seu principal rival. Isso é o que importa. Duro é os clubes poucos ligarem. Preferem perder tempo em suas próprias vaidades e medidas populistas. Dá ibope mas não proporciona crescimento ao clube. 

(Elias Aredes Junior- com Álvaro Junior-Pontepress)