No embate entre futuro e passado no dérbi campineiro, o segundo ganha de goleada. Esse é o problema!

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Considero interessante a maneira como o derbi invade o cotidiano das pessoas na semana de preparação. Impossivel ignorar o quanto as pessoas respiram e planejam o que vão fazer no dia em que a bola vai rolar nos 90 minutos. É o aspecto avassalador do futebol. É aquilo que faz da modalidade a mais popular do planeta. 

Essas características são tão envolventes que perdemos a noção do processo de degradação que por vezes somos submetidos.

A verdade nua e crua: o dérbi perdeu boa parte da relevância no cenário nacional. Justificativas são encaminhadas das mais diversas formas: classificações, rebaixamentos, ausências de craques, títulos perdidos, dirigentes incompetentes ou a elitização inevitável do futebol brasileiro.

Deixamos de constatar o principal: paramos no tempo. Os dias antes do jogo não são dedicados a verificar ou analisar quem pode decidir o jogo e sim quem já definiu. Falamos de Weldon, Medina, Dicá, Zenon, Careca, Washington, Mineiro, Ederson…É uma eterna volta ao passado. 

Ficamos em uma roda gigante e somos incapazes de perceber a evolução do futebol, a entrada da modernidade no cotidiano dos treinamentos, a mudança de perfil dos treinadores.

Insistimos em continuar nas décadas de 1980, 1990 ou início dos anos 2000. Nós, a comunidade do futebol campineiro, somos dotados de uma soberba injustificável. Tudo sustentado por um castelo de cartas.

Somos boleiros delirantes em busca de uma medalha de ouro em um mundo paralelo. Sem jogar Série A. Sem avançar em Copa Libertadores. Sem jogadores convocados para a Seleção Brasileira. Sem participação em Copa Libertadores. Longe de Copa Sul-Americana. Sem estádios reformados. Ou Centro de Treinamentos modernos.

Dirigentes e torcedores consideram o dérbi como algo suficiente para brilhar e ostentar protagonismo no futebol brasileiro. Enquanto isso, o tempo passa. E atropela. Uma pena. 

(Elias Aredes Junior-Com foto de Thomaz Marostegan)