Ponte Preta: agradecimento tem que ser direcionado para quem merece. Por Andréa Beletti

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Meu nome é Andrea, tenho 39 anos, acompanho a Ponte desde meus 11 anos ao longo dessas quase 3 decadas de Majestoso, tenho lembranças muito diferentes da pior fase da historia da Ponte que eu vivi.

Lembro muito de quando subiu no inicio da decada de 1990 e as coisas eram muito dificeis (MUITO!) , mas os times da Ponte sempre eram marcados por muita luta e muita entrega, mas em campo a diferença tecnica era muito grande e flertamos todos os anos com o rebaixamento no Paulista, sempre salvos na ultima rodada, no desespero e contando sempre com a ajuda de outros resultados de outros times ( e nunca do rival).

O ano de 1994 foi marcante para mim porque, alem da morte do meu maior idolo, a Ponte se livrou no saldo de gols, com o SP nos ajudando contra o Mogi e a gente ganhando de 5 x0 do Ituano e graças a Deus não precisamos do resultado do rival, que perdeu na ultima rodada não só o jogo contra um adversario direto da Ponte, mas tambem a classificação para a próxima fase da competiçao. Mesma ‘sorte’ que não tivemos em 1995.

Mas olha como são as coisas: eu me lembro com muito amor dessa fase, talvez porque na época era um programa familiar eu ir ao Estadio com minha família. Lembro de como a torcida abraçava nesses tristes momentos.

Como sempre fui ouvinte de radio porque meu pai sempre ouvia radio, cresci nessa época ouvindo DIARIAMENTE o presidente do rival nos humilhando porque eles viviam uma fase maravilhosa.

Por isso o ano de 1997 foi tão importante para nós pontepretanos. Depois de tanta humilhação, tanto sofrimento em campeonatos de 2 divisão, nossa auto estima voltou, estavamos novamente na serie A do Campeonato Brasileiro e em 1999 subimos tambem no campeonato Paulista, então, finalmente eu vi a Ponte disputando contra os melhores times do Brasil. E tivemos timaços que tive a honra de ver jogar.

Contei tudo isso que eu vivi para falar sobre 2020: após um ano de fracassos em 2019, começamos o ano ainda pior. Perdemos para quase todo mundo dentro e fora de casa, era desesperador ver a Ponte Preta jogar. Escrevi um pedido humilde e desesperado para nosso alto escalação diretor (os responsaveis por tudo isso) conversar com o bem mais precioso da Ponte Preta: a nossa torcida!

E ai… eis que veio a pandemia que parou o campeonato com a Macaca na ULTIMA posição.
Passamos 4 MESES nessa situação ‘desconfortavel’ , sendo BASTANTE ‘zoados’ e sem saber o que aconteceria, se teriamos a volta do campeonato e se voltasse, que Ponte Preta a gente teria: a de antes ou uma com força e vontade pra nos salvar.

Confesso que ao mesmo tempo que eu queria ver meu time se livrando em campo, batia o medo do vexame e em muitas vezes me peguei com lagrimas nos olhos nas ultimas semanas, pensando que sentimento eu teria as 18 hs do dia 26/07.

Diretores e jogadores do rival novamente nos encheram de brio e não preciso falar que a Ponte que voltou pro campeonato me fez voltar no tempo, não só pela superação, na alma, lutando até o fim. Mas tambem para mostrar que a arrogancia alheia pode ajudar muito a superação de quem esta sendo humilhado.

Pra nosso alivio e orgulho nosso time se entregou a causa e nos livrou do rebaixamento. É muito pequeno isso para tudo que vivemos nos ultimos anos? Sim, mas o cenario anterior a essa triste pandemia me faz, do fundo do meu coração, agradecer:OBRIGADA AOS JOGADORES, AO JOÃO BRIGATTI E A TODA COMISSAO TÉCNICA, que em campo honraram nossa camisa!

Confesso tambem que tenho a mesma vontade do João: de ver novamente a união das forças a partir disso que vivemos que foi tao intenso para todos nós! Será que isso é possível??? Espero que sim! Te amo Ponte! Valeu muito! (Artigo escrito por Andrea Maia Beletti-Especial para o Só Dérbi)