Ponte Preta e largada no Paulistão: exigir evolução é uma coisa; fazer pressão desmedida para tumultuar e inviabilizar um trabalho é bem diferente

0
1.043 views

Se existe uma doença que acomete uma parte relevante da torcida da Ponte Preta é a ansiedade.

Tudo para ontem.

Sem tempo de maturação.

As reações nas redes sociais em relação ao empate por 1 a 1 com o Novorizontino foram desmedidas.

Fruto dos nossos tempos em que as pessoas são massacradas, moídas e executadas sumariamente, seja no aspecto virtual ou real.

Pare, pense e respire.

A Ponte Preta terminou sua participou na Série B no dia 30 de janeiro. Neste período, Fábio Moreno perdeu jogadores, contratou outros e teve um período de pré-temporada em Itu. Claro, evidente que partir de uma base no time titular ajuda muito. Não é sentença definitiva. Acople isso a necessidade de administrar o estado físico de jogadores que praticamente não tiveram férias.

Tirar uma ou duas semanas de folga, mas sem poder relaxar, curtir e viajar é um cenário; outro seria tirar 30 dias de férias com a chance de desligar-se de tudo. Inclusive das cobranças das arquibancadas, virtuais ou não. Sem mente sã e plena, é dificil produzir com excelência. Em qualquer área da vida.

É um inicio de trabalho. Que leva uma bagagem de desgaste que se não for bem administrada pode arrebentar o futuro.

Dito isso, considero que algumas virtudes foram verificadas. Apesar do jogo com muita luta, disposição e pouca qualidade técnica contra o Novorizontino. A equipe encontra-se mais compactada, com jogadores mais próximos um dos outros. Já está definido que Dhawan é peça chave no sistema defensivo e que Ednei, apesar da sua pixotada no do gol Novorizontino, exibiu segurança e boa colocação. Tem virtudes técnicas? Longe disso. A comparação com aquilo que existia na temporada passada fornece um belo habeaus corpus.

Pedrinho, com desenvoltura e coragem, demonstrou capacidade de ser um protagonista criativo no meio-campo.

Problemas? Vários. A timidez de Vini Locatelli, a movimentação estéril de Paulo Sérgio no campo ofensivo e a indefinição sobre o posicionamento: ora como armador e em outras como um atacante. A função do treinador é corrigir estes problemas e exibir evolução no decorrer das rodadas.

Agora, dizer que tudo vai dar errado nas 11 rodadas restantes por causa de um empate fora de cada é um descalabro total. Isso não é torcer pelo bem do clube. É prever o apocalipse e querer aguardar os escombros para tripudiar em cima.

Vai melhorar? Piorar? Estagnar? O gramado vai dizer. O trabalho de Fábio Moreno também.

(Elias Aredes Junior)