Ponte Preta na mira do Esporte Interativo

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Quanto mais acompanho as redes sociais, mais chego a conclusão de que o torcedor, especialmente o pontepretano, age como se fosse “mãe” do clube. Não só pelo amor incondicional, mas especialmente por estar constantemente preocupado. Sendo assim, não basta posicionar-se sobre a campanha do time no Paulista ou fazer previsões para o Brasileiro deste ano de 2016. É preciso falar, antecipar-se a discussão sobre cotas de televisão. Em 2019.

Estamos diante da possibilidade da Macaca romper com a Rede Globo e assinar com o Esporte Interativo. A discussão, claro, é relevante. E muito. Estamos falando em receita. E, no futebol, orçamento define muito. Define elenco. Diz sobre a competitividade do time.

Pois bem, sendo assim: vamos aos contatos entre o Esporte Interativo e a Ponte Preta. Eles existem e estão em avançado estágio. A Macaca caminha para entrar na lista que já inclui nomes como Atlético PR, Bahia, Santos e Coritiba.

E qual o milagre dessa equação que tem sido destaque nos noticiários esportivos do Brasil? Quais pontos os torcedores devem levar em conta? Porque, afinal, a Rede Globo vem sendo taxada de “grande vilã”?

Nada é oficial, nos bastidores alega-se que sedutora proposta do canal esporte interativo é aumentar as cotas pagas pelos direitos de transmissões. O ponto de partida seria dividir igualmente entre todos os clubes do acordo “fala-se em 12, a principio” 50% do valor pago. Da outra metade, 25% será rateado baseado na audiência. E os outros 25% com base na classificação do time. Ou seja, é uma tentativa de corrigir o favoritismo atual dado para clubes como Corinthians e Flamengo. E nada é mais justo.

Há anos estende-se a discussão sobre como a conduta – não apenas da Rede Globo – mas das próprias entidades que gerenciam o futebol, especialmente a Federação Paulista – vem prejudicando as equipes que não pertencem ao chamado “eixo dos grandes”. A própria estrutura do Paulista – com o título de “campeão do interior” ou a obrigatoriedade das finais serem nas capitais – é uma agressão aos times.

Ora, o campeonato não se faz de um, dois, três ou quatro times – ainda que estes tenham maior número de torcedores. O campeonato é composto por 20 times – número reduzido para 16 no ano que vem (caem seis). E todos são importantes.

E não se trata apenas de exibir mais os jogos do Corinthians. O que ocorre é um ciclo vicioso. O favoritismo da TV afasta patrocinadores das outras equipes. O vôlei é o grande exemplo disso. Assistimos, ano a ano, a extinção de equipes diante da recusa da Rede Globo de chamá-las pelo nome, ao invés da cidade que representam. No próprio Paulista temos o exemplo do Red Bull Brasil. que, na Globo, é RBB. No vôlei, seria só Campinas.

A chegada do Esporte Interativo é sim uma chama na esperança da recuperação do prestigio do futebol brasileiro, como um todo. Claro que, proporcionar uma divisão mais justa na receita, é um passo. Outro é a conscientização dos dirigentes. Outro é o resgate ao prestígio dos atletas em atuar no Brasil… e por ai vai.

(análise feita por Adriana Giachini)