Ponte Preta: nem tudo está pronto!

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Na Ponte Preta, a distância entre euforia e depressão é minima, quase tênue. Há alguns dias, o temor pelo futuro tomava conta diante das derrotas e da perspectiva de rebaixamento. Uma vitória contra o Red Bull, uma derrota digna para o Corinthians e a goleada obtida diante do Água Santa foram suficientes para atiçar uma justa ambição pela classificação.

O roteiro parece simples: basta vencer o fraco e rebaixado Rio Claro no domingo e torcer por tropeços de Palmeiras, Novorizontino, São Bernardo e Ituano. Se três desses quatro concorrentes tropeçarem, a classificação é possível. Motivo de comemoração? Sem dúvida, até porque em boa parte do campeonato o rebaixamento foi um fantasma presente.

Tal comemoração não pode tirar de perspectiva que muita coisa precisa ser feita. Ainda existe necessidade de queimar etapas na preparação em relação ao Campeonato Brasileiro.

O torcedor consciente sabe que não falo nenhum absurdo. Basta verificar o conteúdo da entrevista coletiva do próprio técnico Alexandre Gallo após a goleada sobre o Água Santa. Sua confissão de que utilizou alterações para fazer experiências táticas com Gilson, Nino Paraíba e até Felipe Menezes é uma prova incontestável de que o time está em construção. Se o time estivesse pronto, definido e azeitado, testes não seriam feitos em um jogo oficial, mesmo em caso de goleada, não é mesmo!?

Sim, a Macaca deve lutar pela classificação com todas as suas armas. Não pode perder a chance de chegar as quartas de final, semifinal e até uma final, algo que viveu pela última vez em 2008.

Tal desejo, no entanto, não pode provocar um arrefecimento no conserto dos problemas táticos, físicos e técnicos. Não pode gerar um otimismo infundado que, dependendo da largada no Brasileiro pode ser o caminho para um baixo astral coletivo profundo. Uma classificação não pode disfarçar a necessidade de contratação de pelo menos 14 jogadores para as disputas do Campeonato Brasileiro.

Se adotar a realidade como aliada, a classificação ás quartas de final poderá se constituir em um plus saboroso e um alento durante um trabalhoso processo de reconstrução. Se decidir abraçar a tese do auto engano, o saldo da temporada em dezembro pode não ser aquele que todos desejam. Que as mentes conscientes prevaleçam no Majestoso.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Fábio Leoni- Pontepress)