Ponte Preta: o filme de terror não pode ser repetido na Série B. Por André Gonçalves

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Algum torcedor pontepretano que não tenha estado no planeta terra no último domingo e está ansioso em saber o resultado do jogo no seu retorno poderá se surpreender ao fazer uma rápida pesquisa na internet!

O torcedor lúcido sabe que, antes da partida, o rival tinha boas vantagens sobre a Ponte. Não só na pontuação, mas principalmente o futebol apresentado nas 6 rodadas anteriores.

Incrível, mas o que a Ponte Preta construiu com Hélio em pouco mais de um ano, desmoronou em apenas uma semana. Gostem ou não de Hélio dos Anjos, a Ponte tinha uma forma de jogar, uma filosofia, um roteiro.

Eu lembro que, antes do início da Série B, os comentaristas esportivos de Campinas projetavam as primeiras rodadas do campeonato de ambas as equipes até a sétima rodada.
Houve certa unanimidade. Um leve favoritismo para a Ponte até o dérbi.

Apesar do time, segundo eles, “ser menos qualificado por disputar a segunda divisão estadual, contava com um padrão de jogo definido”. Como o Guarani estava trocando de técnico e a Ponte tinha Hélio do Anjos, achei relevante os apontamentos e avaliações.

A verdade é que chegamos ao dérbi no Z4, sem padrão de jogo e com um técnico interino que, por enquanto, não mostrou o seu trabalho.

O viajante interplanetário vai gostar do resultado da busca do pós dérbi?

Depende!

Se para comemorar o título da A2 ele saiu de orbita, ele vai se irritar pelo que fizeram com a Ponte!

Se ele saiu logo após a derrota para o Londrina querendo esquecer aquela partida, vai gostar e até, se surpreender! Isso até ver os melhores momentos ou o jogo na integra.

Quando ouvir a entrevista coletiva do técnico, vai querer voltar imediatamente para o aconchego do vácuo sideral!

Para não dizer que Caíque França foi o melhor da partida, Felipe Moreira disse que “muitas finalizações que o Guarani deu, o jogo já estava parado por impedimento”. Não dá para entender!

Caíque França fez sua melhor partida com a camisa da Ponte! Não fosse ele, o jogo seria 3 ou 4 a 1.
Fizemos um gol com Jeh aos 44 minutos do segundo tempo e tomamos o empate aos 52. Apesar do gosto amargo de ver o resultado escapar pelas mãos, digamos a verdade: resultado bom pelo que foi a partida!

O problema das estatísticas que o Felipe Moreira se embasa para dar suas entrevistas após o jogo é que houve um jogo de futebol. Como o jogo ocorreu, nós vimos que estatisticamente a Ponte até equilibrou as ações, mas a realidade dos fatos é que fomos dominados em 80-85% do jogo.
Não tínhamos e não temos saída de bola, jogadas ensaiadas, triangulações, ultrapassagens e o que é mais assustador: não temos um sistema de jogo definido!

Aproveitando a estadia do nobre pontepretano no espaço e sua proximidade com os céus, eu peço que interceda por uma intervenção divina para que nós, os torcedores comum, não sofra mais um rebaixamento sob o comando de Marco Eberlim.

(Artigo Escrito por André Gonçalves-Especial para o Só Dérbi- Foto de Marcos Ribolli-Pontepress)