Porque reclamamos de técnicos que atuam em Campinas e no Brasil? Ora, porque muitos estão defasados e não admitem!

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Não consigo dissociar daquilo que acontece em Campinas do Brasil. Em todas as áreas. Futebol campineiro idem. Temos fardos característicos nossos, mas dá para verificar alguns problemas que se repetem tanto no Brinco de Ouro como Majestoso. Percebam como a escolha de técnico sempre gera controvérsia. Qualquer um.

Rejeição crescente após as entrevistas de apresentação. Geralmente um mar de promessas e frases feitas. E os resultados são insuficientes para aplacar a fúria das redes sociais. O que acontece? Por que tamanha má vontade? Uma das explicações está em uma característica presente em vários profissionais: falta de humildade.

Sintomas são vários. Vanderlei Luxemburgo, que não emplaca nenhum bom trabalho há anos utiliza o seu canal de vídeo para atacar indiretamente Mauro Cézar Pereira, comentarista dos canais ESPN. Não aceita ser criticado. Durante a Copa do Mundo, Abel Braga, tido por muitos como boa praça, dispara contra Jô Soares, reconhecidamente um apaixonado pelo futebol e um ícone cultural. Renato Gaúcho, por sua vez, do alto da sua soberba, não frequenta o curso de técnicos da CBF e considera uma atitude normal.

Poderia citar outros exemplos, mas os técnicos brasileiros estão impregnados de um defeito terrível, que é a recusa em se reciclar, aprender novas formas de jogo. Se consideram acima do bem e do mal e não admitem contestações ao seu trabalho, perfil verificado especialmente entre os clássicos boleirões. Encalacrados em seu mundo fechado e medíocre, são incapazes de aceitar que a ciência, a universidade e os centros acadêmicos de Educação Fisica mudaram a percepção do futebol.

Em Campinas, poucos foram as equipes que conseguiram propor o jogo e viabilizar sistemas ofensivos e criativos. Ligação direta, equipes cheias de volantes e contra-ataques foi aquilo que foi exibido nos últimos anos no Brinco de Ouro e no Moisés Lucarelli.

Eis que você assiste jogos de times médios e pequenos do Campeonato Inglês e do Alemão e até lá algo diferente acontece.

E quando a cobrança acontece em Campinas, São Paulo e outras partes do Brasil? Os jornalistas estão errados e os técnicos e boleirões são donos da verdade. Enquanto isso, há 16 anos estamos sem títulos mundiais e em Campinas há 14 anos sem dérbi na primeira divisão do Brasileirão e quatro rebaixamentos nesta década ao somarmos  os fracassos pontepretanos (em 2013 e 2017 no Brasileirão) e bugrinos (2012 na Série B do Brasileirão e no Paulistão em 2013). Não é possível que todos os técnicos estejam certos e nós os errados.

(análise feita por Elias Aredes Junior)