São Januário e Vila Belmiro serão reformados. Majestoso corre risco de ser colocado abaixo. Não tem algo errado?

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Alguns assuntos são duros de entender na Ponte Preta. O grupo ligado ao presidente de honra, Sérgio Carnielli defende com unhas e dentes a validade de construção de uma arena nas imediações da rodovia Anhanguera. Efeito imediato: demolição do Centro de Treinamento do Jardim Eulina, mesmo que seja por etapas.

Se compararmos o quadro da Ponte Preta com outros clubes, até dá para engolir. Como no caso do novo estádio do Atlético Mineiro, que deseja fugir de anos e anos de pagamento de aluguel tanto no Mineirão como no estádio Independência.

Ao compararmos com as reformas anunciadas em São Januário e na Vila Belmiro por Santos e Vasco, respectivamente, o discurso fica capenga. O espaço santista é de 1916 enquanto que São Januário começou suas atividades em 1927. Moisés Lucarelli foi inaugurado em 1948. O questionamento é inevitável: Por que os dois espaços de santistas e vascaínos serão preservados enquanto que em Campinas um estádio corre risco de ser colocado abaixo?

Na semana passada, obtive a informação de que o Majestoso não esteve no caldeirão da reforma porque os investidores da W Torre não se interessaram pelo empreendimento. Como assim? O que leva a descartar a hipótese de reformar um estádio localizado em uma região privilegiada de Campinas? E desculpe, a localização em ruas estreitas não serve como desculpa. Se fosse assim, a reforma na Vila Belmiro e até em São Januário estará fora de cogitação. E não está.

Vou além: mesmo que sejam poucos e diminutos, a W Torre já realizou alguma reunião com conselheiros que são opositores do projeto? Já ouviram se eles tem alguma ideia? Apresentação no Conselho Deliberativo? Desculpe, aquilo foi carimbador de repartição. Um tema profundo e importante como esse não pode ser definido em um único encontro.

Vivemos um instante temeroso no Brasil. Projetos e ideias em todas as instâncias são colocados goela abaixo das pessoas e a democracia tem apenas a capa. Nada de conteúdo e recheio: debates incansáveis, troca de ideias, busca de consensos.

Algum gênio formula um conceito, promovem uma discussão para inglês ver e fica tudo por isso mesmo. Pior: desdenha da inteligência dos opositores e da imprensa critica. É assim nas instâncias municipal, estadual e federal. A Ponte Preta não poderia viver realidade diferente. Infelizmente.

(Elias Aredes Junior)