Pobre é o homem incapaz de aprender. Péssimo destino tem quem fica fechado em seus conceitos e verdades. Dinâmico, avassalador e predador, o futebol não permite soberba, arrogância, donos da verdade. Na terça-feira estive no estacionamento pertencente a Pedro Antonio Chaib, o Peri.
O melhor diretor de futebol da história da Ponte Preta. Talvez de Campinas. Ao chegar em casa, redigir um texto sobre o encontro eu pensei: como Sérgio Carnielli e Vanderlei Pereira são especialistas em desperdiçar oportunidades históricas?!. Ex-presidentes que não se relacionam com o passado. Não bebem da sabedoria de quem já ocupou a cadeira.
Duro acreditar que Carnielli não tem diálogo com nenhum dos ex-presidentes. Cada um teria algo a ensinar. Ou melhor: poderiam ajudar na formação de quadros, novos dirigentes, que ao juntarem o moderno e o antigo formariam um conceito diferente, para levar o futebol da Ponte Preta a novos patamares.
Marcos Garcia Costa assumiu a Macaca no final da década de 1980. Tempos duros e difíceis. Do seu jeito fez muito com pouco. Manteve a Ponte Preta de pé. Digna. Nivaldo Baldo, apesar de incompreendido, teve o mérito de incutir modernidade em uma estrutura carcomida.
O que dizer então de Lauro Moraes? Presidente artíficie de uma época de ouro na década de 1970 e que depois assumiu para levar a Macaca de volta a primeira divisão do Paulistão em 1989. Os tempos mudaram? Sim. Os conceitos mudaram? Com certeza. Mas estamos falando de seres humanos. Gente que enfrentou desafios e soube ultrapassá-los de diversas formas. Reforço a pergunta: será que tais pessoas não teriam nada a ensinar a Vanderlei Pereira e Sérgio Carnielli, notoriamente influentes no atual grupo político do Majestoso?
Soube que José Armando Abdalla Junior tem postura diferente. Procura e conversa com os ex-presidentes. Ouve. Estuda. Reflete. Concordo, o ano inicial de gestão é decepcionante. Mas ao abrir seus ouvidos e postar a humildade como aliada, Abdalla tem chance de crescer. Uma pena, Carnielli e Pereira desperdiçaram as oportunidades. E quem perdeu foi a Ponte Preta. Que pena.
(análise feita por Elias Aredes Junior)
