Sérgio Carnielli, o maior pontepretano do Século 21. Por Pedro Maciel Neto

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Por Pedro Benedito Maciel Neto

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A História da Associação Atlética Ponte Preta é recheada de momentos épicos, cada um deles protagonizado por pessoas como cada um de nós, cuja paixão pela Macaca, através de suas ações, revela heroísmo admirável.

Desde os fundadores – Miguel do Carmo, Luiz Garibaldi Burghi, Antonio Oliveira, Alberto Aranha, Dante Pera, Zico Vieira e Pedro Vieira da Silva – a quem devemos render todas as homenagens, até os dias de hoje temos que reconhecer que muitas pessoas participaram da construção do nosso time.

Não é possível falar de PONTE PRETA sem falar da grande importância de Moysés Lucarelli, grande líder e idealizador da construção do estádio que mais tarde recebeu seu nome.

Desde a arrecadação de fundos para a compra do terreno até a famosa “Campanha dos Tijolos”, que arrecadou 250 mil tijolos em apenas dois meses no ano de 1946, Moysés Lucarelli esteve presente e sempre foi um exemplo para os sócios e torcedores. Paradoxalmente há registros de ataques e criticas lançadas injustamente contra Moyses Lucarelli, fato que teria afastado nosso patrono do dia-a-dia do clube.

E falar da nossa Nêga Véia é falar de respeito. Basta lembrarmos de Miguel do Carmo, fiscal de linha da companhia ferroviária, nascido três anos antes da abolição da escravatura, tornou-se o primeiro negro a jogar futebol por um clube brasileiro.

Hoje parece pouca coisa, mas não é. Um negro jogar futebol era uma situação impensável no início do século XX, pois quem praticava o futebol era a elite branca. Alguns clubes tinham regras que proibiam explicitamente a presença de negros em seus quadros, mas a Macaca disse não ao preconceito.

Outros grandes heróis podem ser citados e devem ser lembrados, cito meu bisavô Antônio Menon e meu avô Pedro Maciel e o faço em homenagem a todos os pontepretanos que como eles, modesta e anonimamente, doaram tijolos e participaram voluntariamente da construção do nosso estádio. Homenagem necessária àqueles que longe dos holofotes doam-se de forma genuína e transcendente.

E, a meu juízo, o grande pontepretano na última década do século XX e nas duas primeiras décadas do século XXI é Sérgio Carnielli.

Não é demais lembrar que em meados dos anos 1990 Carnielli liderou um grupo de pontepretanos autênticos que restaurou a honradez, honorabilidade, credibilidade e recolocou a PONTE nos trilhos.

Esse grupo levou a Macaca a duas finais do Campeonato Paulista (2008 e 2017), dois vice campeonatos brasileiros da Série B, uma inédita final da Copa Sulamericana, quatro títulos do Troféu do Interior, levou a Macaca ao título de Campeã do “Troféu 500 anos”, boas campanhas na Copa do Brasil e no Brasileirão da série A, além de acessos emocionantes e heroicos e dos títulos estaduais, interestaduais e nacionais das categorias de base.

Foi também sob a batuta de Sérgio Carnielli e com seus recursos que foram pagos milhões e milhões de reais em débitos com jogadores, fornecedores, tributos e contribuições, sem isso talvez nem existisse PONTE PRETA hoje, tal era a realidade do clube. Esquecer essa verdade e relativizar a importância de Sérgio Carnielli não faz bem à verdade e obscurece o caminho.

Tenho testemunhado o empenho e o trabalho de Carnielli e Vanderlei Pereira, dentre outros, para transformação do um sonho em realidade, me refiro à construção da ARENA PONTE PRETA, o que é acalentado desde 2008.

Ninguém me contou, eu testemunhei a lucidez de Carnielli que, como poucos, tem clareza da importância das ‘arenas multiuso’ para o futebol moderno.  Basta colocar em perspectiva o modelo vitorioso da “Allianz Arena”. O Palmeiras assumiu que tal construção deveria seguir determinadas normas para a acomodação dos torcedores e possibilitar a realização de eventos cujo resultado financeiro impactasse positivamente no plano financeiro do clube, aliás, o centro de atenção daqueles que compreendem o presente e o futuro do futebol deve ser o torcedor e as suas demandas.

As ARENAS são uma realidade, um novo elemento constitutivo do futebol no século XXI, são produto e instalação que aproxima o esporte do entretenimento, a paixão do conforto necessário. Essas instalações esportivas, e a da Macaca não será diferente, funcionam como produto do esporte voltado para o consumo do entretenimento, de promoção das cidades, da cidadania e da cultura.

Uma (a) arena e um (b) plano de negócios sério, honesto, transparente e democrático são os instrumentos necessários para o grande salto que os pontepretanos autênticos desejam para a Macaca, sem esses dois elementos não há futuro.

Mas o que vejo hoje é o protagonismo da mediocridade nos escaninhos e nas sombras; vejo um saudosismo seletivo e ficcional vicejando e a vaidade injustificável presentes nos ataques covardes, injustos e desnecessários a Sérgio Carnielli.

Sérgio Carnielli é como cada um de nós, não é santo, nem pecador, mas é na verdade um dos heróis de nossa história, um pontepretano apaixonado e generoso que merece, respeito (aliás, respeito e educação são virtudes que tem faltado em várias searas).

Todas as estruturas precisam de uma oposição respeitosa e civilizada, pois é legitimo opor-se às ideias e aos métodos dos líderes (afinal, é a presença da oposição que legitima a democracia e pavimenta o progresso), mas atacar gratuitamente a honra, invadir a esfera da subjetividade e privacidade do outro é crime, o que não nos serve, não serve às pessoas de bem.

O que nos serve, e pelo que devemos lutar, é o exercício da cordialidade, da honestidade, da amizade, do otimismo; o que nos serve é o exercício das virtudes humanas e divinas; o que nos serve é a certeza de que “Vamos precisar de todo mundo/ Pra banir do mundo a opressão/ Para construir a vida nova/ Vamos precisar de muito amor/ A felicidade mora ao lado/ E quem não é tolo pode ver.”.

A construção da “vida nova” exige união e “quem não é tolo pode ver”.

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Pedro Benedito Maciel Neto, advogado, sócio da MACIEL NETO ADVOCACIA, Vice-Presidente do Conselho de Administração da Associação Atlética Ponte Preta e Presidente do Conselho de Administração da SANASA S.A. – pedromaciel@macielneto.adv.br

 

9 Comentários

  1. Ué se fosse tão pontepretano como diz..pq cobra as dividas q ele mesmo fez…. quando pegou a Ponte o valor devido era muito menor….e o q deve hj absurdo…ele o Lex presidente cobra mas não fala de o de é tanta dívida…..mas se vc gosta dele leva ele pra administrar algum negócio seu….

  2. RICARDO. Voce é um dos tipicos MAL AGRADECIDOS que não querem ver a verdadeira historia deste clube,
    Se não tivesse existido a interferencia financeira do Sr. Carnielli talvez a PONTE PRETA nem existisse,.
    Os valores da epoca ja estavam nos limites de pagamento, e pode ter certeza eram equivalentes ao valores reajustado de hoje.
    GRATIDÃO É PRA ALGUNS, O SENTIMENTO MAIS NOBRE QUE O SER HUMANO PODE SENTIR.
    Estes que estão ai vão acabar com a PONTE PRETA nos proximos 5 anos se não mudarem a postura.

    ABRAÇO
    PONTE PRETA É PROS FORTES.

  3. Sr Pedro Maciel a primeira parte de seu texto realmente é de suma importância para que os pontepretanos mais novos entendam a história da ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA PONTE PRETA, mas deixar de fora pontepretanos como Dr Danilo Glauco Pereira Villagelin, Dona Ana que até seus últimos dias de saúde deixou de ir em jogos desta agremiação aonde fosse, também deixou de fora ilustres como Sr Maurício Lombardi, Dr Marcos Garcia Costa, Sr Zaiman de Brito Franco, Sr Peri Chaib, é esquecer o DNA da alvinegra ou no mínimo imprudente pela vossa parte até por ocupar um lugar privilegiado na mesa diretiva deste respeitável clube de futebol.
    E não podemos deixar de registrar que o sr SC a mais de duas décadas ter o comando de um clube e pagar uma dívida de 2,7 milhões de reais e transformá-la em mais de 120 milhões por contratações e negociações que foram feitas por ele mesmo é muito questionável, tanto na questão administrativa como executiva.
    Nessa época, logo após o pagamento dessa dívida a PONTE PRETA tinha três atletas de alto nível profissional que foram negociados, que até um deles promoveu uma reforma no MAJESTOSO.
    Tentar vender o maior orgulho de seu TORCEDOR, a sua casa de espetáculos no futebol, o Sr também se equivocou. Sem deixar de apontar que no mandato de Sr Wanderlei tivermos as duas unidades sociais deste clube fechadas ou quase vendidas, e mesmo com a maior arrecadação de sua história amargamos o descenso no Campeonato Nacional, fora a dívida de 10 milhões apresentada para atual diretoria pagar após sua posse.
    Quero muito entender como o Sr SC pode ser o maior pontepretano do século XXI na sua visão se nada fez para evitar tal entristecimento para torcida alvinegra e causar uma diminuição catastrófica no orçamento.
    Só para finalizar ou é rasgação de seda ou pedido de apoio.

  4. Esse Pedro Maciel nao era um que numa eleição na cidade nos anos 90 foi chamado de Língua de Aluguel? Posso estar enganado mas acho que era ele, hein?

  5. Sérgio Carnielli foi um bom remédio no começo e se tornou um câncer no final. Vanderlei Pereira enfiou no nazzo, 60 milhões de reais e ainda deixou 10 milhões de dívida. Aos demais pontepretanos citados, meu respeito.

  6. Prezado, o meu texto diz que “…a meu juízo, o grande pontepretano na última década do século XX e nas duas primeiras décadas do século XXI é Sérgio Carnielli.”, não o “maior”; o titulo é “obra” do blog… Mas acredito sim que a PONTE tem muita gente boa, e que SC é um dos grandes de nossa História.
    abs

  7. Sr. Pedro, a fila depois de muito tempo andou…. Portanto a situação agora é rei morto, rei posto! Carnielli foi muito importante para a Ponte e certamente será reconhecido como um grande pontepretano que é, acertou e errou como todo ser humano. Recordando a história, Moysés Lucarelli nunca quis ser presidente da Ponte Preta e teria sido se quisesse, mas consta que não era apegado a cargos, dedicou toda sua vida, com certo prejuízo à sua família e seus negócios, em prol da Ponte Preta, serviu a Ponte Preta e não se serviu da Ponte Preta.