Dois dias foram suficientes para constatar a falha bisonha cometida pela CBF contra os integrantes da Série B do Campeonato Brasileiro. A Copa do Mundo da Rússia já toma conta das discussões, dos bares, das redes sociais. Futebol é entretenimento sim, mas, antes, é pauta para discussão entre amigos e esse alcance que viabiliza os negócios. Confesso que anteriormente achava bom negócio. Bobo seria se não me rendesse aos fatos. Estes são implacáveis.
Compreendo a paixão do torcedor bugrino e do pontepretano. Só que para que esta paixão seja aquecida é preciso dinheiro e isso só é obtido com repercussão em nível nacional. Como pedir destaque para os jogos da segundona nacional diante da comoção gerada pelos gols nos acréscimos de uruguaios e iranianos ou da atuação de gala de Cristiano Ronaldo? Como prender atenção do telespectador para os jogos nacionais de claro nível técnico inferior? Um acinte.
Utilizar os dias da Copa do Mundo para Série B só pode ser para atender aos caprichos do calendário da televisão fechada. Uma pista pode ser encontrada pela seguinte pergunta: por que tal procedimento não foi adotado em 2014, com a Copa realizada no Brasil? Por que não houve continuidade na África do Sul?
Resultado: os clubes da Série B correm o risco de prejuízo financeiro nas cinco rodadas. Talvez a única que tenha motivos para sorrir um pouco seja a Ponte Preta pois terá contra o Fortaleza o primeiro jogo no Moisés Lucarelli e com comparecimento da torcida após o cumprimento da punição estipulada pelo STJD. Ainda assim não há como fugir da constatação: a CBF, com pequenas atitudes, quer matar os clubes médios e pequenos de inanição.
(análise feita por Elias Aredes Junior)
