Uma análise sobre a largada de Felipe Moreira como técnico da Ponte Preta

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Foram apenas 90 minutos e na última rodada de um Campeonato Brasileiro marcado muito mais por decepções do que por alegrias. Pelo menos na visão de uma parte da torcida da Ponte Preta. O fato é que Felipe Moreira cumpriu seu papel. Ajudou Alvinegra a vencer por 2 a 0 o Coritiba, alcançar os 53 pontos, assegurar a oitava colocação e a melhor campanha da história. Uma mudança de estilo foi checada e de comportamento em 2017. Não digo se foi bom ou ruim, mas é de se observar que o novo treinador pontepretano vai peitar as adversidades, debater com os críticos por intermédios do seu trabalho e cavar um lugar ao sol. Não é pouco.

O  meio-campo tem  configuração um pouco diferente. Sob o comando de Eduardo Baptista não era incomum os volantes adotarem a força física nos jogos em casa para impor respeito e chegar próximo da área. Os armadores, por sua vez, eram quase atacantes, próximos do camisa 9 de plantão.

Diante do Coritiba, o meio-campo pareceu mais compacto e o clássico 4-2-3-1 por vezes desapareceu e deu lugar a clássica formação com dois atacantes velozes (Rhayner e Pottker) e um outro jogador que flutuava entre o meio-campo e o ataque (Zé Roberto).

Apesar de atuar em seus domínios, por diversas vezes, a Macaca abusou das bolas de média e longa distância aos seus atacantes. Mais: Matheus Jesus teve liberdade para dar arrancadas, mas sua tarefa principal era ficar ao lado de Wendel na marcação e na proteção dos zagueiros.

Impossível ignorar as dificuldades sofridas quando o adversário paranaense encurralava a saída de bola da Macaca. Nítido entrava ocorria na saída pelo meio o que deixava tanto Nino Paraíba como Breno Lopes sobrecarregados. Uma constatação positiva: Felipe Moreira exibe intenção de buscar a melhoria da defesa. Sua argumentação torcedor era de que o Coritiba atacou mais no segundo tempo? Verdade, mas aquela era outra conjuntura, com as duas equipes já relaxadas.

É Zé Roberto? Em boa parte do tempo, preocupou-se em aglutinar e ajudar no setor de meio-campo, mas quando aparecia no setor ofensivo pelo lado esquerdo levou perigo. Por que? Ao contrário de Clayson, o neo-titular da Macaca parecia mais tranquilo e focado na busca do drible, apesar de ser um pouco mais lento do que o companheiro de time.

Foi uma única partida. Não dá para condenar ou absolver Felipe Moreira. Em contrapartida, sua disposição é de exibir uma nova faceta e comprovar que está antenado. Aguardemos.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Fábio Leoni)