Uma festa pontepretana e a constatação: Abdalla movimenta-se para isolar politicamente Sérgio Carnielli

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Engana-se quem encara a política como algo definido apenas por obras e medidas. Atitudes e gestos falam mais alto. Na quarta-feira, a Ponte Preta fez uma cerimônia para homenagear todos os presidentes vivos, seja da diretoria executiva como também do Conselho Deliberativo.

Daqueles que comandaram a agremiação, receberam as homenagens Marcos Garcia Costa, Pedro Antonio Chaib, Nivaldo Baldo, Márcio Della Volpe e Marco Antonio Abi Chedid. Além de José Armando Abdalla, é claro.

Esqueça as placas comemorativas. Algo ficou patente: as ausências de Sérgio Carnielli e de Vanderlei Pereira. Se a atitude de ausentar-se da cerimônia foi marcar posição, sinto dizer aos arquitetos da estratégia que foi um tiro n´água. Aparecer seria fundamental não só para bloquear o processo de isolamento político mas  para construir relacionamentos. Conceitos básicos de política.

Queiramos, ou não, os presidentes homenageados serão eternamente gratos a lembrança feita por Abdalla.São pessoas influentes dentro do Conselho Deliberativo. Ou seja, cabalam votos.

Marco Chedid, por exemplo enalteceu a sua parceria com Abdalla nos bastidores da bola. Difícil imaginar ele ouvindo apelos de Carnielli.

Com um adendo: alguns não escondem o ressentimento e as reservas em relação a Carnielli e Vanderlei Pereira. Nivaldo Baldo, por exemplo, fez um apelo que continuasse a saga pela união, algo que não tinha ocorrido nos últimos 22 anos, coincidência ou não, o período que Carnielli influenciou na Macaca.

E Della Volpe? Suas primeiras palavras foram a de chamar a atenção de que a ultima vez que pisou no salão nobre foi vitima de um julgamento, no mínimo, estranha. Ora, basta revisitar a memória para saber que o processo foi bancado por Vanderlei Pereira e Carnielli.

Apesar do seu desejo de fazer a Arena Ponte Preta, hoje, na prática, Sérgio Carnielli fica cada vez mais isolado.

Pode voltar ao poder após o cumprimento da sentença? Até pode pela sua influencia junto ao eleitorado. Mas já fica claro que ele pode viver algo vivido por Getúlio Vargas, Fernando Collor, Dilma Roussef e outros menos cotados: poderá até ter o cargo e recursos, mas não terá poder e influência.  Quem viver, verá.

(Elias Aredes Junior)