Uma galeria de 10 jogos históricos no Estádio Moisés Lucarelli

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Como forjar a tradição de um estádio? Com vitórias e conquistas. Nestes 69 anos de existência, o estádio Moisés Lucarelli foi palco de inúmeros triunfos da Ponte Preta. Produziu heróis e alguns vilões. Gerou temor nos adversários e motivos para a torcida festejar até o sol raiar. Separamos 10 jogos que considera como emblemáticos, únicos, inesquecíveis.

Evidente que a lista é passível de discussão, remendos e inclusões. Estabelecemos como critérios jogos em que a Alvinegra pelo menos empatou. Por isso, as últimas finais de Paulistão foram excluídas, assim como outros jogos históricos mas que aconteceram longe do Majestoso, como a vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians na final de 1977 no estádio do Morumbi e o empate por 1 a 1 diante do Lanús no estádio do Pacaembu. Vamos aos jogos:

  • 24 de outubro de 1948 – Ponte Preta 5 x 1 Taubaté- A partida inaugural não tinha sido como planejado. A Macaca perdeu do XV de Piracicaba por 3 a 0. Mais de um mês depois, veio o alivio, com uma goleada com direito a três gols de Gaspar, além de Armandinho e Vicente. Era o prenúncio de tempos de glórias.
  • 27 de janeiro de 1980- Ponte Preta 2 x 1 Guarani- Sob o comando de Zé Duarte, a Macaca venceu o primeiro dérbi válido pelas semifinais do Campeonato Paulista de 1979. O que chama a atenção é público presente: 30.174. Destaque ao atacante Osvaldo, autor de dois gols e uma das principais figuras da competição.
  • 05 de agosto de 1981- Ponte Preta 3 x 2 Guarani- Seguramente, o dérbi campineiro mais importante do Século 20. Era decisão do primeiro turno do Campeonato Paulista e com gols de Osvaldo, Serginho e Odirlei o Majestoso foi a loucura, especialmente porque conseguiu classificação para fazer a final com o São Paulo. Naquele dia, o Majestoso era lotado: 22.167 pagantes.
  • 26 de janeiro de 1986- Ponte Preta 2 x 0 Grasshopper- Um jogo amistoso precisa entrar nesta lista por um motivo: foi a despedida de Dicá dos gramados. Mais: com direito a presença de Roberto Rivelino, então com 40 anos e que atuou ao lado do mestre com a camisa 8. A “patada atômica” foi autor de um dos gols da vitória.
  • 07/12/1997-Ponte Preta 1 x 1 Náutico- Com público de 21.070 torcedores, a Ponte Preta entrou em campo no domingo de manhã com a necessidade de empatar para chegar a divisão de elite. Sob o comando do técnico Pepe, a equipe alvinegra detonou o carnaval fora de época com o gol de Claudinho aos 11 minutos do segundo tempo. Chapecó empatou dois minutos depois e gerou um clima de tensão no estádio. Mas posteriormente, a equipe soube administrar a vantagem e fazer história.
  • 03/12/1989- Ponte Preta 3 x 1 Taquaritinga- No ano anterior, uma batalha judicial impediu a Macaca de atuar no Paulistão. Em 1987, a equipe tinha sido rebaixada e a realidade da Divisão Intermediária bateu a porta em 1989. Tudo acabou bem após bater o Taquaritinga em dois jogos. No primeiro, vitória por 1 a 0 na casa do adversário. Nos 90 minutos decisivos no Majestoso, triunfo por 3 a 1, com gols de Monga, Júnior e Zé Carlos. A Macaca retorna ao lugar que nunca deveria ter saído.
  • 21/11/1999- Ponte Preta 2 x 1 São Paulo – Treinado por Marco Aurélio Moreira, o time da Macaca entrou em campo com a tarefa de buscar a vitória e evitar a classificação do adversário. Com gols de Adrianinho e Narcizio, a Alvinegra encerrou a sequência de 5 jogos sem vencer o adversário na história do Brasileirão.
  • 14/12/2003- Ponte Preta 2 x 0 Fortaleza- Foi um ano terrível. Salários atrasados, jogadores que saíram e o fantasma do rebaixamento era presente. Com raça, dedicação e superação, a Macaca venceu o time cearense por 2 a 0 e sacramentou sua permanência com gols de Gerson e Adrianinho. Tudo isso presenciado por 18279 torcedores.
  • 19/11/2011- Ponte Preta 4 x 1 ABC- Eram cinco anos de ausência na divisão de elite. Sob o comando de um emergente Gilson Kleina, a Alvinegra fez uma campanha segura, sem sustos, venceu os dois dérbis da competição e na penúltima rodada dependeu de uma vitória para celebrar o retorno. O gol de Renatinho nos minutos finais detonou uma invasão de campo e a celebração do retorno a divisão principal nacional.
  • 25/09/2013- Ponte Preta 2 x 0 Deportivo Pasto- Sob os olhares de 14700 torcedores, a Macaca venceu a sua primeira partida oficial internacional. Não houve decepção. Os gols de Uendel e Felipe Bastos, a Alvinegra deu o passo inicial para fazer uma campanha histórica na Copa Sul-Americana. Com direito a lotar o estádio do Pacaembu.

(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)

6 Comentários

  1. Boa essa relação. Houve também um jogo histórico em 1951 onde a Ponte venceu o Palmeiras por 3×1, logo após eles terem ganho 5 títulos seguidos (inclusive a Copa Rio que a FIFA depois chamou de título mundial)

  2. Sobre o jogo de 1989, apenas uma observação: “No ano anterior, uma batalha judicial impediu a Macaca de atuar no Paulistão.”. Batalha judicial, entenda-se, tentou-se o TAPETÃO, conseguido parcialmente mas todos os times na época boicotaram justamente, apenas o co-irmão Corinthians não aderiu ao boicote. Na época não tinha nenhum dirigente de rival ou convite para salvá-la do rebaixamento.

  3. Como o Vagner bem observou, a história da AAPP é cheia de acontecimentos deploráveis, como essa tentativa de tapetão.

  4. Bonita é a história da GFC né…..mais de 10 rebaixamentos, tapetão no Paulistão 2001, dívidas a perder de vista, sinônimo de ofensa (pra zombar o Palmeiras chame de GFC da capital), torcida 3%, fundado no dia da mentira e mudou a data.
    Realmente é pra ter orgulho dessa história

  5. De rebaixamento vcs estão próximos de alcançar a meta, de tapetão já superaram, dívidas devem até as calças ao papai… eu me orgulho, sim, da bonita história do meu time, de conquistas e quedas e de ter pago pelas quedas (e pelos tapetões) dentro de campo (lembro de ter aapptano exigindo que o Fluminense pague a Série B e vcs nem pagaram a Série C de vcs) e as dívidas vem sendo pagas, viu, com dificuldade mas estão.

  6. Falou a tiete do Vagner Luis… Ambos profundos estudiosos da História da AAPP, à procura de algo para diminuir o rival. Triste fim para uma torcida que já foi feliz por uns 10 anos no século passado.