Umberto Louzer é sujeito competente. Tem tudo para colocar o Guarani nos eixos. Tem competência para construir uma campanha decente e de qualidade. Fazer que atletas rendam em alto nível. Trazer um pouco de paz a torcida bugrina. Se tudo der certo, não há como esconder um outro fato inegável: ele vai livrar a cara de muita gente.
Contratar o treinador campeão da Série A-2 de 2018 é uma tentativa clara de buscar esconder erros de gestão. Equivocos que já começam com a utilização do Centro de Treinamento, cujo piso duro é um prato cheio para o aparecimento de lesões e incidente.
Será que o local não foi o protagonista das lesões ocorridas no começo do ano? Vou além. O que faziam os responsáveis pela administração do clube que não adotaram nenhuma estratégia ou parceria para viabilizar uma reforma no gramado do Centro de Treinamento? Que ninguém se engane: no futebol moderno, treino no mesmo local em que os jogos são realizados é sinal claro de atraso por parte da administração. E não adianta chiar ou reclamar. São constatações feitas por sua excelência, o fato.
Os responsáveis pelas finanças também vão agradecer a Umberto Louzer se ocorrer uma arrancada espetacular. Porque em certa medida, os recursos não são para brigar pelo acesso. Não sou eu que digo isso e sim o documento fornecido pela administradora judicial em março e que descreveu a folha salarial do Guarani no seu Departamento de Futebol em R$ 878 mil.
Convenhamos: tal quantia é suficiente para brigar por uma quinta ou sexta posição. Acesso? Só com ajuda divina. A falta de gigantes não apaga o poderio financeiro de equipes como Ceará e Sport. Ou clubes com saúde financeira melhor que a do Guarani como o Criciúma.
Umberto Louzer terá o seu trabalho com dupla missão: conseguir vitórias e dar um respiro para quem senta na sala com ar condicionado. Que nesta época do ano certamente tem o aquecedor ligado. Um contraste com a frieza dos números do gramado, que são ruins.
(Elias Aredes Junior-com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)
