O elenco do Guarani parece fechado após a chegada de Baraka. Um processo que seria impossível para ser concluído sem o protagonismo de Nenê Zini, filho do lendário presidente Luiz Roberto Zini.
Impossível negar a participação de Nenê em outros atletas arregimentados nos últimos meses e que estão no Brinco de Ouro.
Direta ou indiretamente Nenê Zini tem participação nas chegadas de Bruno Nazário, Dener, Betinho, Kevin, William Rocha e outros. Graças a sua influência foi possível contratar os atacantes Rafael Silva junto ao Cruzeiro, Paulinho no Flamengo e o goleiro Vagner no Palmeiras. Mais: com boa parte dos vencimentos sendo quitados pelo clube de origem. Bom negócio? Sob a ótica do Guarani não há duvida nenhuma.
É preciso analisar os prós e contras desta parceria. Primeiramente o lado bom. Por enquanto Zini não trouxe nenhum jogador que podemos considerar ruins ou cabeças de bagre. Até os irregulares como volante Betinho demonstraram o seu valor. Tem potencial para oferecerem bons momentos ao Guarani e encaminhar uma oportunidade de negócio ao empresário.
Sim, é isso que você lê: antes de bugrino, Nenê Zini, com os ônus e bônus da função é um empresário do mundo da bola. Quer lucro e utiliza os clubes de futebol para seu objetivo. Não é só o Guarani. É qualquer um. E todos do ramo tomam igual atitude. Porque assim é. Você queira ou não.
Agora, a inserção forte de Nenê Zini nos bastidores do Guarani demonstra dois fatos cabais. O primeiro é a dependência em relação ao personagem. Digamos que algum integrante da diretoria entre em atrito com Nenê Zini. O processo caminhe para o rompimento: Como fica? Não fica. Mesmo que as duas partes neguem, do dia para a noite, o Guarani perderá influência e um canal de montagem de elenco. Pior: o único canal irrestrito como demonstram as últimas transações.
Culpa do empresário? Depende do ângulo de análise. Se Nenê Zini exerce tamanho poder dentro do Brinco de Ouro é por causa da incompetência dos integrantes do Conselho de Administração. Convenhamos: o atual grupo, bem ou mal, encontra-se há três anos dentro do Guarani.
Teve tempo de sobra para formar quadros capazes não só de entender futebol, mas para estabelecer uma teia de relacionamentos dentro do mundo da bola que fizessem o time não ficar dependente de um único empresário. Contratar com índice de erro baixo. Não cumpriu nenhuma etapa. O clube paga o preço.
Nos próximos meses, o Guarani será submetido a um vestibular informal. Uma prova com 14 questões e cuja exigência é a obtenção de nota alta. Hoje o desempenho é mediano.
Se subir o patamar de pontuação, é lógico que Nenê Zini e os atuais dirigentes vai reivindicar a responsabilidade e protagonismo do êxito do “aluno” inteligente. Caso aconteça a reprovação (fora do G4 ou rebaixamento), prepare-se: os pais da criança (leia-se torcedores) vão cobrar a fatura dos mestres. Duro é saber quem vai assumir a responsabilidade.
(análise feita por Elias Aredes Junior)