Pesquisa feita pela Sports Value e que constatou a Ponte Preta com valor de R$ 277 milhões atesta que devido a ausência de novas formas de arrecadação de recursos, o estádio Moisés Lucarelli ainda é a grande força motora para encher os cofres da Macaca.
O levantamento enfatiza a gravidade da agremiação jogar com portões fechados, o que encurta as opções financeiras. “A força do clube está em seu estádio, em uma região valorizada em Campinas, polo econômico importante no Brasil. Por outro lado, clube tem dívidas altas e baixas receitas provenientes da marca”, afirmou o trecho do texto publicado no trabalho com informações de 30 clubes e que tem 91 páginas.
O levantamento aponta a receita para se livrar da dependência daquilo que é arrecado nos dias de jogos. “Clube precisa crescer em marketing, aproveitando a rica região em que está localizado”, afirmou.
O comandante do Sports Value, Amir Somoggi reafirmou a sua avaliação. “Realmente a Ponte Preta tem receitas baixas. O valor da marca está muito abaixo do que podia ser e então ela fica refém do estádio”, afirmou o executivo.
Somoggi chama atenção para o fato de que a construção de arenas está sob dúvida em virtude que não há ideia sobre a extensão dos malefícios econômicos da pandemia. “Isso vai passar (a Pandemia) mas não sabemos como será a reação das pessoas (quando voltarem os jogos com público). Existem pessoas mais corajosas e aquelas que são precavidas. A Inglaterra, por exemplo, perdeu um bilhão de libras com receita de estádio”, explicou o técnico
No futebol nacional, o quadro, segundo o executivo, não é diferente. “No Brasil, estamos lutando para segurar R$ 1 bilhão de bilheteria. A situação da Ponte Preta é gravíssima. Acho muito complicado viabilizar arena com essa gestão do clube. Teria que mudar tudo, a governança e trazer executivos qualificados, como fez o Flamengo”, explicou Somoggi. “Não dá construir estádio com queda do PIB. O quadro é dificil”, arrematou.
Do total de R$ 277 milhões de avaliação da Macaca, 8% corresponde ao valor da marca, 5% são referentes aos direitos esportivos arrecadados, outros 28% se referem ao valor de mercado dos jogadores enquanto que 59% do total são referentes aos ativos da agremiação pontepretana.
(texto e reportagem: Elias Aredes )