Análise Guarani: demissão de Mozart e a caneta com poder titubeante

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Em determinado dia conversei com uma fonte com profundo conhecimento do poder judiciário brasileiro. Traçou os perfis e personalidades de todos os componentes do Supremo Tribunal Federal. Alguns elogiou, criticou outros e um detalhe chamou minha atenção: suas palavras mais eloquentes eram dirigidos aos juízes com poder de decisão, que não postergavam uma medida.

Evidente que o presidente do Conselho de Administração do Guarani, Ricardo Moisés, tem o direito de encaminhar a explicação e a justificativa que ele deseja neste instante de crise. Está no cargo, manda no clube e no final das contas, a responsabilidade é dele.

Sobre a saída do técnico Mozart, o mandatário bugrino disse o seguinte: “ O time vinha de duas vitórias seguidas e tivemos um resultado que, para mim, foi vergonhoso e peço desculpas à torcida pela goleada para o São Bernardo. Quando você tem outro resultado negativo, contra o lanterna da competição, a gente entende que era o momento de trocar”, afirmou o dirigente.

Com todo o respeito, quero usar este espaço para discordar de Ricardo Moisés. A sua explicação passa a impressão de que a queda de rendimento foi abrupta, a crise técnica apareceu de uma hora para outra e ocorreu a necessidade de uma medida drástica. Não foi assim.

Nas 10 partidas disputadas pelo Guarani no Paulistão, podemos dizer que, no máximo, o time apresentou rendimento satisfatório em uma ou duas partidas. De resto, foi um show de debilidade técnica e de falhas de posicionamento. Ou seja, trabalho do treinador.

Por conceito, sou contra mudança de técnico, mas toda regra tem exceção.

No caso do Guarani, Mozart comprovou que infelizmente não encontrou um substituto para Yuri Tanque e não viabilizou um esquema tático alternativo. Ou seja, os argumentos para troca de treinador foram colocados pela conjuntura de modo antecipado. E o que fez Ricardo Moisés e os componentes do Conselho de Administração? Nada. Viram a crise ganhar musculatura. Faltou uma caneta ágil . Que fique a reflexão.

(Elias Aredes Junior-com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)