Ponte Preta, negócios do futebol e a máxima que não pode ser esquecida: Tudo é permitido, mas nem tudo me convém

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Quando eu trabalho no microfone da Rádio Brasil Campinas ou neste Só Dérbi, eu tenho plena noção da minha responsabilidade. Ideias. Conceitos. Reflexões. Tudo tem que ser feito na maior responsabilidade e cuidado. Tudo para que você seja devidamente abastecido de argumentos e tire suas conclusões.

Confesso que o texto a seguir é fruto de muita escuta. E antes de abordar o tema propriamente dito, é preciso fazer um raciocínio introdutório para que você entenda o que exatamente desejo transmitir.

Primeiro de tudo, antes de qualquer coisa, eu tenho consciência de que algumas profissões são alvos de preconceito na sociedade. Reconheço. Uma delas é a prostituição, hoje uma profissão regulamentada desde 2022.

Diante disso, é bom deixar claro de que esta profissão está enquadrada dentro do sistema capitalista vigente no Brasil, em que existe liberdade para fazer negócios e vender o seu produto. É do jogo.

Dinheiro que ganha ares de urgência diante do dado de que empresários e prestadores de serviços enfrentam uma carga tributária que tira 13,5% do Produto Interno Bruto. Ou seja, é difícil empreender no Brasil e os clubes de futebol não fogem deste cenário.

Essas agremiações estão estão afundadas em dívidas e apelam para as mais diversas estratégias para sobreviverem. Enquanto não entram no sistema da Sociedade Anônima de Futebol, todos se viram da maneira que podem.

Ou tentam alavancar a venda de camisas.

Ou buscam patrocínios.

Neste contexto, sites de entretenimento adulto tentam entram nesta seara. A Ponte Preta não foge do cenário.

O quadro é delicado.

A dívida total aproxima-se de R$ 250 milhões. Dia após dia, as preocupações aumentam em relação as ações cíveis. Ou seja é preciso arrecadar de maneira urgente para cumprir as tarefas delimitadas. Até pelo orçamento aprovado no início do ano.

Reconheço o esforço empreendido pelo Departamento de Marketing em obter dinheiro recursos. Essa mobilização não pode ser ignorada. Assim como os transtornos produzidos pelos diversos bloqueios de transferban realizados neste ano. Só que tudo tem que ser ponderado. Tudo.

Obra mais sábia do planeta, a Bíblia Sagrada diz no primeiro livro de Coríntios no seu Capítulo 6 e no seu Versículo 12 uma frase ou uma sentença que deveria servir de Norte para a conduta de vida de qualquer pessoa.

Seja em casa, na escola, no trabalho ou nos negócios. O versículo é o seguinte: “Tudo me é lícito. Mas Nem Tudo me Convém”.

É preciso entender que nossas escolhas geram consequências e muitas vezes nós não temos controle sobre aquilo que é gerado.

Quando escolhemos de maneira adequada, os riscos são menores. Exemplo: alguns produtos podem e devem ser anunciados em uma modalidade como o MMA, que tem um público majoritariamente adulto e com boa participação masculina. Este público tem o amadurecimento suficiente para consumir marcas e serviços que adotam algum tipo de restrição.

No futebol, o zelo deveria ser a norma de conduta.

Por que?

É uma modalidade que atrai crianças e adolescentes e que muitas vezes são levados aos estádios por seus pais, responsáveis pela formação e educação destes novos torcedores.

E uma criança, em determinada idade, pergunta sobre tudo. E isso transforma-se em algo incômodo para os pais.

Ao trocar uma ideia com meu chefe e amigo na Rádio Brasil Campinas, Thiago Varella, recebi a sua preocupação desta postura mais liberal dos clubes. Ele é pai de duas meninas e quer levar as crianças ao estádio. O seu questionamento surge sobre uma possível saia justa quando for explicar o serviço de um site de entretenimento para uma de suas herdeiras. “Que que eu vou explicar para minha filha? Que que eu vou dizer para ela?”.

Isso é zelo.

Cuidado.

Proteção. Até porque o espaço da arquibancada também é um local de educação. Porque ali também são transmitidos conceitos como moderação na vitória, aceitação da derrota, empatia aos derrotados, companheirismo, entre outros comportamentos.

E quando você  se depara com um símbolo  ou com algo que naquele momento talvez não seja a hora da criança conhecer?

Quando existe o desejo de incluir novos ramos de negócio no futebol, que se tenha os cuidados necessários não só para atingir o seu público-alvo mais também adotar uma cautela necessária para que determinados nichos da população sejam preservados e protegidos.

Sim, eu sei que clubes como já são patrocinados pelo ramo do entretenimento adulto. Já adotam a trilha que a Ponte Preta vai abraçar. Um trilha que gera polêmica.

Os dirigentes são maduros, responsáveis. Espero que eles tenham em mente a missão que a Ponte Preta tem em transmitir conceitos sadios especialmente à sua torcida. Principalmente para aqueles torcedores que começam a se apaixonar desde os primeiros anos pela Associação Atlética, Ponte Preta.

(Artigo escrito por Elias Aredes Junior- Foto Arquivo Pontepress)

Observação: Para ser justo, o site que passa a patrocinar a Ponte Preta tem um vídeo com explicações. Coloquei aqui para que todos tenham acesso a informação, mas este jornalista mantém o posicionamento.