Análise Guarani: no final das contas, quem faz a diferença é sempre o jogador

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Os jogadores do Guarani merecem um voto de confiança. Poucas dispensas, reforços chegaram e os atletas foram capazes de uma reação espetacular na Série B do Campeonato Brasileiro.

Após amargar a penultima colocação no turno inicial, o time treinado por Mozart é um dos melhores do returno com 29 pontos.

Tem limitações?

Muitas.

Em alguns jogos alguns atletas deixam o coração do torcedor bugrino em palpos de aranha? Imposssivel discordar. Os reforços trazidos por Rodrigo Pastana deram a alavancagem técnica prevista para a conquista da manutenção na Série B? Evidente que sim. Isso não quer dizer que alguns fatos ficam escondidos.

Pegue a zaga formada por João Victor e Derlan.

Neste returno, são 14 gols sofridos em 17 confrontos, uma média de 0,82 gol por jogo. No primeiro turno, a média ficou em 1,05 gol por jogo já que o time tomou 20 gols em 19 partidas. Ou seja, ocorreu uma redução de 21,90% no número de gols tomados. Poderia ser melhor? Concordo. Foi o suficiente para o time melhorar de produção. 

E o ataque? No turno inicial, o Alviverde fez apenas 10 gols em 19 rodadas e a média fechou em 0,52.

O segundo turno mostra que o Guarani tem 20 gols anotados em 17 rodadas, o que dá uma média de 1,17 gol por jogo. Traduzindo: o setor ofensivo melhorou sua produção em 125%. Como explicar? De que maneira entender o quadro?

Considero que o trabalho de campo fez toda a diferença. Daniel Paulista teve uma bela folha de serviços prestados ao Guarani, mas infelizmente as turbulências de bastidores produziram um cenário inóspito ao treinador que saiu após o empate com o Náutico. Marcelo Chamusca não detectou as caracteristicas e o potencial da sua equipe. Foi demitido.

Qual o mérito de Mozart? Talvez a principal tenha sido a de dar tempo ao tempo apesar do clima de pressão inerente ao futebol. Já no jogo inicial contra o CRB, a meta foi buscar aproximar os jogadores, valorizar a posse de bola e trabalhar a confiança dos atletas. Valorizar o potencial técnico dos reservas e montar jogadas simples e faceis de serem executadas, como as triangulações que terminam com os cruzamentos de Jamerson. E da-lhe gols de Yuri Tanque, boas atuações de Rodrigo Andrade, experiência de Giovanni e um saldo incrível de oito vitórias em 11 jogos. 

Moral da história: não existe time limitado. O que existe é equipe mal treinada. Sorte do Guarani que este problema foi corrigido antes que tudo fosse pelos ares. Que a regularidade esteja presente em todo o ano de 2023. 

(Elias Aredes Junior com foto de Thomaz Marostegan-Guarani Press)