Aranha completará nesta quinta-feira, no confronto com a Ponte Preta, 200 jogos com a camisa da Ponte Preta. Tem tudo para terminar o ano com 209 partidas e terminar atrás apenas de Carlos Roberto Gallo, o arqueiro com 473 jogos e dono do imaginário vencedor do torcedor pontepretano.
O arqueiro de 35 anos tem lugar na história da Ponte Preta. Nobre, digno. Disputou duas finais de Campeonato Paulista, defendeu as cores da Macaca na divisão de elite e também batalhou na Série B.
Análise sobre a trajetória do atleta precisa ser dividida em duas partes. A primeira vai além do gramado. Aranha tem personalidade. Caráter. Colocou-se na linha de frente na luta contra o racismo, e mesmo que indiretamente incorporou um conceito presente na história da Macaca, a de abranger a luta contra a discriminação racial, até porque ser o primeiro clube ao abrir espaço dos negros no Brasil é algo que só ganha reforço com um jogador como Aranha.
Aranha não foge da crise. Quantas e quantas oportunidades, após uma derrota, o arqueiro coloca a cara para bater e envia uma mensagem realismo temperada com otimismo e esperança ao torcedor da Macaca? E a mensagem é absorvida.
Se nada disso fosse levado em conta, se os 200 jogos fossem parte da imaginação, ainda assim o goleiro Aranha estaria eternizado no coração do torcedor pelo dia 19 de abril de 2008, quando ele foi a principal figura na vitória alvinegra por 2 a 1 sobre o Guaratinguetá e que carimbou o passaporte a decisão do Paulistão.
Se alguém teve lapso de memória, não custa recordar: o armador Nenê abriu o placar aos donos da casa , Luis Ricardo, hoje no Botafogo empatou, e o Guará teve a chance de retomar a dianteira no pênalti cobrado por Michael e que Aranha defendeu.
Segundo tempo iniciado, Eduardo Arroz é expulso e a partir daí a Macaca, com 10 atletas, sofre um massacre. Quatro defesas foram operadas pelo arqueiro, cenário montado na sequência para o centroavante Wanderley aproveitar e fazer o gol da vitória.
Aranha fará 200 jogos. Merece os parabéns. Os seus 90 minutos em Guaratinguetá estão cravos para sempre na alma e no coração do torcedor da Alvinegra.
(análise feita por Elias Aredes Junior)