A pressão no futebol é tamanha que tomamos atitudes e não medimos consequências. A Ponte Preta vive esse quadro de maneira singular.
Dê uma passada nas redes sociais e veja o massacre direcionado a Fábio Moreno e aos jogadores. Xingamentos, insultos, impropérios e ataques inconsequentes.
O time joga mal?
Sim.
O trabalho de Fábio Moreno nos últimos dois jogos é decepcionante? Não há dúvida.
Precisa melhorar? Muito.
Falta evolução? Concordo.
Pergunto: será que a pressão pura e simples é o caminho para inverter o quadro?
É salutar apostar no quanto pior melhor para forçar uma situação de troca de comissão técnica? Vou além: a quem interessa a instituição do Caos nos corredores no estádio Moisés Lucarelli?
Não tenho informações ou fontes, mas é salutar perguntar: Fábio Moreno não estaria sendo minado por personagens internos?
Todos remam para o mesmo lado?
Há sinceridade nas relações no cotidiano? Essas respostas somente o treinador da Macaca poderá encontrar.
Quanto a pressão da torcida, quero recordar uma história relatada pelo técnico José Roberto Guimarães e que pode servir de norte para a torcida reavaliar a mira de seu ódio.
Durante a Olimpíada de Londres, em 2012, a equipe brasileira de vôlei feminino perdeu de Estados Unidos e Coréia do Sul.
Criticas fortes.
Dentro e fora do gramado.
José Roberto viu que precisava mudar o disco.
Mudou.
Passou a apenas elogiar as jogadoras. Em jogos e treinamentos. O time reagiu, passou pela Russia, Japão e foi bicampeã olímpica após bater os Estados Unidos.
Ás vezes o problema não é a parte técnica ou tática.
Quando você enfrenta uma avalanche pessimista, uma lufada de otimismo resolve muita coisa.
Resta saber se a torcida entenderá. E se internamente existe a garantia de que todos, absolutamente todos, pensam sempre naquilo que é melhor para a Ponte Preta.
(Elias Aredes Junior)