Eleições no Guarani: equívocos de todos os lados. Na situação ou oposição

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Antes de entrar no assunto principal do artigo cabem alguns esclarecimentos. Não sou associado nem da Ponte Preta ou do Guarani. Se fosse de qualquer um dos dois clubes anularia os votos com prazer. Não há lideranças políticas de destaque. Em nenhum dos lados. A mediocridade e a incompetência campeiam.

No Guarani então, nem se fala. A indigência politica reina na situação e na oposição. Tanto que em 2011 o Alviverde tinha 1100 sócios e hoje tem 509. Descalabro. Absurdo. Pior que Eleição de condomínio. Para quem viveu o futebol bugrino com dirigentes do calibre de Antonio Tavares, Michel Habib, Ricardo Chuffi é de sentar na calçada e chorar.

O últimos triunfos do Guarani no gramado nunca tiveram participação dos dirigentes. Nada. Zero. O acesso de 2007 na Série A-2 foi graças a Carbone e aos garotos; no ano seguinte, o gerente de futebol, Beto Costa, e Luciano Dias fizeram milagre e transformaram um elenco limitado em vencedor. Na Série B de 2009, Vadão e Gersinho deram as cartas assim como em 2011 na Série A-2 o crédito deve ser dado a Vilson Tadei.

No vice-campeonato paulista de 2012, Vadão e Gersinho novamente operaram um inversão de valores com poucos recursos. No ano passado, coloque o acesso na conta de Marcelo Chamusca e de Rodrigo Pastana. De resto, o torcedor bugrino presencia a pior geração de dirigentes de sua história. Há 20 anos. Um quadro que não se vai se alterar, independente do resultado da eleição. Todos fracos.

Constatar a mediocridade e a limitação reinante não tem relação com relaxamento ou falta de rigor em relação as atitudes reinantes no processo eleitoral bugrino. Os erros saltam aos olhos. Dão motivo mais para desespero do que esperança. Perguntas são necessárias. Respostas são bem vindas.

Senão vejamos. A Chapa Transparência, comandada por Odair Paes Junior já está preparada para concorrer. Nos últimos dias demonstrou um mistério infundado para revelar os nomes dos futuros integrantes do Conselho de Administração e os 80 Componentes do Conselho Deliberativo. Para este jornalista a listagem foi enviada no final da noite de terça-feira assim como o programa de Governo. Não poderia ter sido enviado antes? O que impediu sua divulgação?

Vou mais longe: Eleição é ganha nos detalhes. Estamos a pouco mais de um mês da votação e os encabeçadores da chapa ainda aproveitam pouco o site e as redes sociais para responderem perguntas fundamentais: como será conduzido o futebol? O atual executivo, Marcus Vinícius, permanecerá? E o financiamento? Ok, há precisão de reciclagem para a Comissão Técnica e uma folha salarial de R$ 800 mil. Como será viabilizado o dinheiro? Vai depender de Roberto Graziano? Quem almeja o poder, tem a necessidade falar e martelar todos os dias o que pretende fazer. Até para mostrar que é diferente, não só na teoria e sim na prática.

A situação comandada por Palmeron Mendes Filho não fica atrás em vacilos. Pegue a notícia divulgada pelo site oficial do clube sobre o fechamento de acordo na Justiça Trabalhista sobre a dívida com o técnico Toninho Cerezo. Um atraso que poderia provocar a penhora de bens.

Boa notícia. Sem dúvida. Agora, como existe a expressão de que perguntar não ofende cabe a indagação: por que Roberto Graziano não estava acompanhado de algum integrante do Conselho de Administração diante da convalescência de Horley Senna? Por que a presença de Palmeron Mendes Filho que, apesar de candidato da situação hoje é o presidente do Conselho Fiscal? Por que o testemunho (no caso Palmeron) de alguém que deveria ser o responsável pela fiscalização dos atos do Conselho de Administração? Não seria dispensável?

São atitudes como essa capazes de gerar um sentimento de apatia no Guarani. Perspectiva de paralisia ou de resultados esparsos no âmbito administrativo, sem horizonte.

(análise feita por Elias Aredes Junior)