Guarani na Série B: esquecimento não produz inocência

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Nas ultimas 72 anos, jogadores e comissão técnica do Guarani viveram o inferno nas redes sociais. Um por um, sem perdão, todos foram colocados na guilhotina virtual. Condenados pela derrota para o Confiança e a perda de boa parte das possibilidades de acesso. Com 46 pontos, a questão fica muito mais na esperança do que na realidade.

Pisaram na bola? Evidente. Demonstraram descontrole emocional em jogo decisivo. Não renderam o suficiente para fazer valer a diferença no gramado. Detalhe: com presença de torcida, o que transforma o enredo em algo mais dramático. Isso, no entanto, não produz isenção aos outros envolvidos no departamento de futebol.

Ora, se o jogador demonstra descontrole emocional é porque a agremiação, em sua estrutura não sedimentou a presença de profissionais que proporcionem respaldo. Traduzindo: psicologia do esporte.

Ok, os goleiros não são confiáveis, os zagueiros por vezes adotam atitudes estabanadas e peças como o atacante Bruno Sávio colocam tudo a perder. Concordo.

Mas vem a pergunta: quem contratou? Quem trouxe? Quem avalizou.

Assim que o apito final foi dado no Brinco de Ouro, as redes sociais viraram um tribunal de exceção direcionado ao técnico Daniel Paulista e aos jogadores. Evidente que todo excesso deve ser repudiado. Agora, porque poupar Michel Alves e os integrantes do Conselho de Administração, que no final são os responsáveis? O que justifica? Futebol é um esporte coletivo. Ninguém perde ou ganha sozinho. Seja no gabinete ou no gramado. Bom recordar de tal preceito.

(Elias Aredes Junior-com foto de Thomaz Marostegan-Guarani Futebol Clube )